Nota de apoio à professora Carla de Moura


O CPERS manifesta a sua irrestrita solidariedade à professora da rede estadual, Carla de Moura, que, corajosamente, transformou seu pedido de exoneração em ato de denúncia diante do descaso do governo Eduardo Leite (PSDB) aos educadores(as) e à educação pública gaúcha.

Aprovada em primeiro lugar no Programa de Pós-Graduação em História na UFRGS, Carla teve os pedidos de Licença Qualificação Profissional e Licença para Tratar de Interesse Particular negados pela Seduc.

Para seguir sua formação e titulação como doutora, a educadora foi obrigada a se exonerar no mesmo dia em que entregou à escola na qual trabalhava, a EEEF Santa Luzia, 5 mil reais em materiais pedagógicos.

Estes foram comprados com dinheiro de seu projeto, reconhecido como o melhor de Ensino de História do país no Prêmio de Ensino de História Déa Fenelon da Associação Nacional de História (ANPUH).

O que aconteceu com Carla é espelho da destruição programada da escola pública estadual, de um governo cruel e incoerente, que propôs alteração no plano de carreira do magistério afirmando que estaria incentivando a formação continuada de educadores(as), mas nega licença para uma professora fazer o doutorado.

Trata-se, portanto, do aperfeiçoamento de métodos de destruição da coisa pública por meio da implosão de qualquer caminho legal para a qualificação dos profissionais.

Esse triste episódio, denunciado pela professora com dor e indignação, revela muito da verdadeira face de Eduardo Leite (PSDB). O programa “Avança Educação”, lançado com pompas de redenção dos problemas educacionais não passa de mais uma jogada de marketing eleitoreiro de um governador que não possui nenhum compromisso com a educação.

No primeiro semestre de 2020, Leite ainda diminuiu os investimentos em educação de 29,56% para 25,03%.

Ao invés de investir no que é prioridade, o governo Leite massacra educadores(as) e impõe sepultamento da educação pública e o futuro do Rio Grande do Sul.

Professores(as) e funcionários(as) dão o seu melhor para garantir ensino de qualidade. Mas a política de morte de Eduardo Leite (PSDB) coloca educadores(as) na miséria.

Sobrecarregada, endividada e adoecida, a categoria está há sete anos com salários congelados e incontáveis descontos no contracheque.

A rede física da grande maioria das nossas escolas está completamente sucateada, com salas de aula com goteiras, paredes rachadas, infiltrações, janelas e vidros quebrados em decorrência dos violentos cortes de recursos que esse governo impôs.

Na pandemia, educadores(as) foram obrigados a comprar notebooks e internet para cumprir com seu compromisso com a educação, já que nem isso o governo garantiu.

Durante todo esse tempo, mais de 100 professores(as) e funcionários(as) foram vitimados pela covid-19, vidas que poderiam ter sido protegidas se Eduardo Leite (PSDB) não jogasse educadores(as) aos plantões presenciais sem segurança alguma.

A precarização do trabalho e os constantes ataques do governo obrigam profissionais altamente qualificados a desistirem do Magistério. O que Carla viveu não é um fato isolado e precisa ser devidamente esclarecido.

Não existe justificativa plausível em negar licença para tratar de interesse particular. A garantia de formação é um direito dos servidores(as) públicos e deveria ser ainda mais valorizada no caso dos educadores(as).

A Licença Qualificação Profissional e a Licença para Tratar de Interesse Particular são instrumentos que permitem essa formação, mas não servem para nada se o governo seguir barrando a concessão.

O CPERS se soma à denúncia e à pressão diante do desprezo do governo Eduardo Leite (PSDB) com a categoria e a educação pública. Esperamos que a decisão seja revista e revertida. Somos todos(as) Carla!

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