Março marca a luta feminina pela igualdade de direitos. Para homenagear as educadoras que fizeram a história do CPERS, produzimos uma série de vídeos com relatos de lideranças femininas que estiveram à frente do sindicato.
O material, iniciativa do Departamento de Gênero e Diversidade, destaca a importância do combate ao feminicídio, a busca por valorização profissional e salários justos, além da luta contra a Reforma da Previdência, que afeta principalmente as mulheres.
“A ideia surgiu pela necessidade de resgatar a história do CPERS, que em sua trajetória foi liderado essencialmente por mulheres, e gerar visibilidade para as suas lideranças femininas, fortalecendo a luta por uma educação não sexista e discriminatória”, declara Solange Carvalho, coordenadora do Departamento de Gênero e Diversidade.
No atual contexto, com ataques aos direitos que afetam principalmente as mulheres, com os crescentes casos de feminicídio, só em 2019 foram registrados cerca de 130, o assassinato de Marielle Franco que completou um ano neste mês e segue sem respostas quanto a real causa de seu silenciamento, precisamos mostrar que as mulheres seguem na luta e que não nos calarão!
As mulheres que construíram o CPERS
Em 21 de abril de 1945, um grupo de professores, formado essencialmente por mulheres, fundava o Centro dos Professores Primários Estaduais, lançando as bases para a criação do CPERS. Em 1946, o Sindicato elegeu a sua primeira presidente: Maria Messias Corrêa. Desde então, cerca de 20 mulheres tornaram-se dirigentes da categoria.
As mulheres também estiveram à frente do Sindicato no período da Ditadura Militar. Durante os anos de repressão, a entidade foi presidida por lideranças femininas que mesmo sob a mira dos militares seguiram na defesa da escola pública e da valorização profissional necessária para a construção de uma sociedade melhor.
Desde então, a coragem destas mulheres garantiu melhores condições para toda a categoria, lutando por salários mais dignos, direito ao 13º salário, plano de carreira de professores(as) e funcionários(as), paridade entre ativos e inativos, estes são alguns dos direitos que nasceram das mobilizações e da luta não só de nossas presidentes, mas da união e mobilização de tantas mulheres que, nestes 74 anos de história, lutam incansavelmente para a garantia de uma escola pública de qualidade.
Confira os depoimentos de algumas das mulheres que construíram a história do nosso Sindicato:
Solange Carvalho, 1ª vice-presidente do CPERS e diretora do Departamento de Gênero e Diversidade, convoca todas as educadoras para lutar, celebrar e tomar as ruas neste 8 de março em defesa da vida das mulheres e contra a Reforma da Previdência.
Lucia Camini, que esteve à frente do Sindicato nos anos de 1996 a 1998, foi a nossa primeira entrevistada. Ela destaca a importância da luta feminina para que se supere o machismo, a violência contra a mulher e a desigualdade de gênero.
Márcia Dorneles, que presidiu o CPERS em 1999, destaca que “Nós precisamos ter um outro espaço de conquistas, no qual a mulher ainda está um pouco tímida, que é no mundo político”.
Juçara Dutra Vieira, que esteve à frente do Sindicato entre 1999 e 2005, também foi presidente da CNTE, sendo a única mulher a compor a presidência da Confederação até hoje.
Simone Goldschmidt foi presidente do CPERS de 2005 a 2008. Ela conta como foi a sua experiência em dirigir o Sindicato, que é essencialmente feminino.
Rejane Oliveira, que esteve à frente do Sindicato de 2008 a 2014, destaca a importância da luta feminina para combater problemas como o feminicídio e a Reforma da Previdência, que afeta principalmente as mulheres.
Heleniar Aguiar Schürer, atual presidente do CPERS, encerra a série de vídeos com ex-presidentas sobre a luta das mulheres à frente de um dos maiores sindicatos da América Latina.