Por direitos, salário digno, 13º, pagamento dos dias de greve, concurso público e respeito, educadores(as) encenaram a ceia magra da categoria em frente ao Piratini na manhã desta terça-feira (22). O ato aludiu às dificuldades enfrentadas no fim do ano e ao longo de 2020 por milhares de famílias que sofrem com o desgoverno de Eduardo Leite (PSDB).
A categoria, que completou em novembro seis anos de reajuste zero e salários corroídos pela inflação, descreveu em cartazes seus sentimentos, desejos e os “presentes” do governador, como a miserabilidade, a desvalorização, a sobrecarga e a fome de justiça e reconhecimento.
Os cartazes foram colocados à mesa da ceia e, após, afixados em tapumes e no gradil do Palácio.
“É um Natal triste, mas de luta. Neste fim de semana, um desembargador, do alto de sua torre de marfim, que tem todos os benefícios em dia, cassou a liminar do 13º. O Judiciário não tem a mínima empatia com os servidores do Executivo e fecha os olhos para a realidade da classe trabalhadora”, lembrou a presidente Helenir Aguiar Schürer.
A passagem de 2020 consolidou a retirada de direitos solapados pelas reformas do governo Leite; confisco de salários dos aposentados(as), redução do adicional de Difícil Acesso e o fim de vantagens temporais, entre outros ataques.
“São tempos de terror. O governador disse em campanha que tinha dinheiro, só faltava gestão e fluxo de caixa. E agora, o que falta?”, questiona Juçara Borges, diretora-geral do núcleo de Bento Gonçalves (12º).
O Executivo também se aproveitou da pandemia para fazer avançar a mercantilização do ensino e a terceirização, impor jornadas extenuantes sem oferecer condições mínimas de trabalho remoto, extinguir centenas de turmas de EJA, reduzir turnos e fechar escolas.
Agora, as vidas da categoria são colocadas em risco pela desastrosa gestão que abre escolas em bandeira vermelha e se recusa a realizar testes e fiscalizar o cumprimento de protocolos.
“Estamos aqui na miséria, denunciando este governo que prometeu mundos e fundos e hoje obriga os funcionários a fazer plantão nas escolas, arriscando pegar Covid e sob ameaça de demissão para os contratados que adoecerem. É um governador que não tem um pingo de humanidade”, desabafa Ana Paula Fonseca, funcionária de escola de Pelotas (24º núcleo).
O último Conselho Geral do CPERS, realizado na sexta-feira (18), apontou para a necessidade de mobilização permanente diante de um governo que não descansa em seus planos de destruição da escola pública.
Nos dias 28 e 29, com a possibilidade de votação da PEC do Teto de Gastos, que congela investimentos e, consequentemente, os salários da categoria por mais 10 anos, o CPERS voltará à Praça da Matriz caso haja convocação extraordinária dos deputados.
Além da direção central do Sindicato, participaram do ato representantes dos núcleos de Porto Alegre, Três de Maio, Estrela, Santa Rosa, Caxias do Sul, Frederico Westphalen, Bento Gonçalves, Pelotas, Santiago e Cachoeira do Sul.