O CPERS participou, neste domingo, dia 31, do ato “Fora Temer – Nenhum Direito a Menos”, realizado no Parque da Redenção, em Porto Alegre, conforme aprovado em Assembleia Geral do Sindicato, no dia 7 de julho. Organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato reuniu cerca de 4 mil pessoas. O dia foi marcado por protestos em cidades de todo o país contra o governo golpista de Michel Temer (PMDB).
A iniciativa marcou a retomada das mobilizações de rua que deverão se estender ao longo do mês de agosto, em defesa da democracia e dos direitos ameaçados pelo golpe e pela agenda ultraconservadora do governo interino de Temer. Esse foi o principal anúncio feito por lideranças da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo. Além disso, as entidades que integram as duas frentes anunciaram também que está sendo construída uma greve geral para parar todo o país em defesa da democracia e contra o golpe.
“Estamos aqui para dizer não ao golpe, não a retirada dos nossos direitos. Estaremos nas ruas, cada vez mais fortes, para defender os direitos dos educadores e de todos os trabalhadores. Contra a intransigência, a resistência”, destacou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
A representante da Frente Povo Sem Medo, Bernadete Menezes, apontou que o esvaziamento e o fracasso do ato em defesa do impeachment da presidenta Dilma, convocado também para este domingo, no Parque Moinhos de Vento, na capital gaúcha, é uma evidência de que o golpe foi desmascarado. “Não tem quase ninguém lá no Parcão, porque a classe média também está se dando conta de que há um golpe em curso e os seus direitos também estão ameaçados”, disse.
O golpe não é só contra a Dilma, mas também contra os direitos, contra a Previdência, as leis trabalhistas e a saúde pública. Lá no Congresso, nesta segunda-feira, teremos delegações de todo o país para derrotar o PL 257, que representa um brutal ataque contra os serviços públicos e contra os servidores públicos de todo o país. Esse projeto é apoiado aqui no Rio Grande do Sul pelo governador Sartori, que também faz parte do golpe. Esse sem vergonha renegociou a dívida do Estado e agora segue parcelando o salário dos servidores”, afirmou a sindicalista.
O perigo do PL 257
A diretora de Saúde da CTB-RS, Débora Melecchi, destacou que, em menos de dois meses, “o governo ilegítimo de Temer vem tentando passar o rodo sobre os direitos dos trabalhadores, querendo alterar toda a legislação previdenciária e trabalhista”. Ela chamou a atenção também para a ameaça que representa a PEC 241 para a saúde pública e o Sistema Único de Saúde (SUS).
A proposta congela os gastos públicos por 20 anos, período em que o dinheiro economizado seria canalizado para o pagamento da dívida pública. Como no caso do PL 257, essa proposta recai diretamente sobre os trabalhadores, os servidores e os serviços públicos, especialmente em áreas essenciais à população brasileira como educação, saúde e segurança.
Próximos passos
Para enfrentar projetos como o PL 257, que, em troca da renegociação da dívida, exige que os estados apliquem arrocho salarial sobre os servidores públicos, cortem concursos e congelem investimentos, representantes de entidades sindicais, movimentos sociais e partidos, que lutam contra o golpe, prometeram voltar a intensificar as mobilizações de rua.
Nesta terça-feira, dia 2, o governo interino quer votar, na Câmara, a mudança das regras de exploração do pré-sal já aprovada no Senado. Com esses projetos, o objetivo de Temer é “acertar as contas com os financiadores do golpe”. Haverá uma grande manifestação na próxima sexta-feira, dia 5, contra o golpe no Rio, antes da abertura das Olimpíadas.
No próximo dia 16 será realizado um dia nacional de luta e que haverá uma grande marcha em Porto Alegre, no final de agosto.