Milhares de educadores e estudantes realizam Ato Unificado para pressionar o governo a atender suas reivindicações


ATO UNIFICADO EDUCADORES E ESTUDANTES

Foto: Caco Argemi

As ruas centrais de Porto Alegre foram tomadas por milhares de educadores e estudantes de diversas regiões do Estado, que protestaram, na tarde de hoje, contra o desrespeito do governo Sartori (PMDB) com a educação pública. Após a concentração, realizada em frente ao CPERS, eles saíram em caminhada até a Secretaria da Fazenda e após seguiram para o Palácio Piratini. O Ato Estadual Unificado teve como objetivo mostrar ao governo e seus aliados a união de professores, funcionários de escola e estudantes em defesa da escola pública e dos direitos dos educadores e dos educandos.
Em frente a Secretaria da Fazenda, o grupo manifestou seu repúdio ao descaso do secretário da pasta, Giovani Feltes, com a categoria. Nas três audiências realizadas com representantes do governo, as quais houve o compromisso, assumido pelo governo, de que Feltes estaria presente, ele simplesmente não compareceu. Além disso, até agora, o secretário não demonstrou disposição de negociar com a categoria que já está fechando um mês de greve, cada vez mais forte.
Ao final do Ato em frente a Secretaria da Fazenda, educadores e estudantes deram um abraço no prédio para simbolizar a união de todos em defesa da educação pública.

Educadores exigem a retirada do PL 44

Já em frente ao Palácio Piratini, a presidente do CPERS questionou o governador Sartori sobre a afirmação constante de que o Estado não tem dinheiro para pagar o salário dos educadores em dia e de forma integral, visto que ele afirmou, diante da pressão das ocupações dos estudantes, que irá repassar as verbas para as escolas que precisam de reparos urgentes. “São 40 milhões que o governo afirma que irá repassar. Queremos que Sartori nos responda de onde surgiu esse dinheiro? Estavam mentindo para nós? Isso só prova o que sempre afirmamos: dinheiro tem, o que não tem é vontade política deste governo em negociar com os educadores”, afirmou.
Em sua fala, Helenir também destacou que o Comando de Greve do CPERS exige a retirada do PL 44/16, que prevê a privatização das escolas públicas. “É a partir disso que vamos conversar sobre o restante da nossa pauta de reivindicações, afinal a nossa luta é pela escola pública”, destacou.
Na próxima segunda-feira, dia 13, às 14 horas, o Comando de Greve do CPERS reúne-se novamente com representantes do governo. Após a ocupação da 1ª CRE, o secretário da Educação, Luiz Antonio Alcoba de Freitas, garantiu que na ocasião estarão presentes Casa Civil e Secretaria da Fazenda.

Estudantes e comunidade escolar apoiam a luta dos educadores

A luta dos educadores recebeu o importante apoio dos estudantes, que já ocupam mais de 150 escolas no Estado, e da comunidade escolar durante toda a manifestação. Através de palavras de ordem como “O professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”, “A minha escola está no chão, estou aqui porque quero educação”, “Eu só quero é ser feliz, educação decente é o que eu sempre quis”, estudantes manifestavam seu apoio e denunciavam a precariedade das instituições em que estudam.
Uma aluna do Colégio Protásio Alves denominou as ocupações como Junho Secundarista e afirmou a resistência dos estudantes. “Falta tudo. Falta estrutura, falta merenda, faltam professores e funcionários. Não vamos desocupar até que o governo atenda, de fato, nossas reivindicações e a dos nossos educadores”, garantiu.
A professora de História do Instituto de Educação e do Julinho, Paola Ribeiro, foi com o marido e as duas filhas, de um e cinco anos, participar do Ato. “O apoio dos estudantes, é um momento inédito e nos fortalece muito. O descaso deste governo faz parte do projeto de sucateamento da educação pública. Por isso, a importância das nossas mobilizações”, ressaltou.
Ao referir-se a união dos educadores e estudantes em defesa da educação pública, Helenir foi categórica. “Não será fácil para o governo vencer essa batalha. Estamos na quarta semana de greve que se fortalece a cada dia. Além disso, tem mais escolas que serão ocupadas nos próximos dias”, afirmou.

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Guilherme Santos/Sul21
Foto: Guilherme Santos/Sul21

 

 

 

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