Nesta segunda-feira (8), o Jornal Nacional abordou pela primeira vez a situação de miséria dos(as) educadores(as) do Rio Grande do Sul. De forma vergonhosa e leviana, a penúria da categoria foi explorada em horário nobre para convencer a sociedade a abrir mão da aposentadoria.
Na reportagem, Eduardo Leite atribui as dificuldades de caixa ao déficit previdenciário. Magicamente, a nova panaceia para garantir o pagamento em dia dos educadores seria a inclusão do estado na Reforma da Previdência.
Em cinco anos de salários congelados e 43 meses de atraso, o maior telejornal do país jamais mostrou qualquer sensibilidade com o drama da categoria. Agora, o faz de forma panfletária e sem apresentar qualquer contraponto.
Repare. Sempre que governantes precisam aprovar medidas amargas, o sofrimento dos educadores volta à vitrine. O aumento do ICMS, a retirada de direitos, a venda do patrimônio público e a recente entrega da matriz energética do estado à iniciativa privada foram justificados com o mesmo discurso.
Mas os remédios amargos já foram testados à exaustão e não tiveram os resultados alardeados. Há 20 anos, Britto inaugurou o experimento neoliberal e afundou o estado em dívidas. Da mesma forma, Sartori legou ao Rio Grande do Sul o maior rombo dos últimos 16 anos.
No plano federal, a estratégia de ajuste fiscal também tem se mostrado desastrosa, como prova o fracasso da Reforma Trabalhista, que não entregou os empregos prometidos e aprofundou a precarização do mercado de trabalho.
A Reforma da Previdência do governo Bolsonaro é ótima para o bancos e péssima para a sociedade. Não será retirando R$ 1 trilhão da aposentadoria de quem trabalhou a vida toda que o Estado e o país irão retomar o alardeado crescimento econômico.