Cerca de 1800 professores e funcionários de escola reuniram-se nesta sexta-feira, dia 1º, no Parque de Eventos Fundaparque, em Bento Gonçalves para dar inicio ao o IX Congresso Estadual do CPERS/SINDICATO. Com o tema Educação, Democracia e Direitos, o evento acontece de hoje até domingo, dia 03.
A diretora do 12º Núcleo, Juçara Borges, fez a abertura do Congresso e agradeceu por estar recebendo o evento em sua cidade,também ressaltou a importância do encontro para a categoria. “Sabemos a importância desse momento de estar debatendo a educação, faz necessário refletir e apontar caminhos para os rumos da educação. Muito obrigada e deixo para vocês o voto de um bom trabalho”, finalizou.
Os palestrantes convidados para o Congresso a secretária geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB),Guiomar Vidor, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Claudir Nespolo e representante da Frente Brasil Popular, Vitalina Gonçalves deram as boas vindas para os participantes do evento, além de passar mensagens de força e união.
A secretária geral da CNTE, Marta Vanelli destacou que a conjuntura pela qual passa a categoria é conturbada e desafiadora, tanto no âmbito federal quanto estadual. Também ressaltou o ameaça do PEC 241, o qual vai desvincular os recurso da educação, sucateando e precarizando ainda mais a educação. A reforma da previdência que aumentará ainda mais os anos de trabalho, também foi destacado por ela. “O desafio que nós temos são enormes. Nós da CNTE não reconhecemos esse governo golpista (Michel Temer). |Com eles não vamos negociar. Contra a PEC 241, a da reforma da previdência e todas as políticas contra os educadores, vamos dar as respostas nas ruas com a nossa unidade”, afirmou.
“Que possamos nesses três dias construir novas estratégias, traçar novos rumos. Que possamos estar em unidade para lutar contra aquele que é o inimigo número um da educação, Sartori”, destacou o presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor.
O presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo, citou a luta dos estudantes que ocuparam as escolas para defender a educação pública e reforçou que somente através da união os educadores chegarão à vitória. “Desejo que saiam desse congresso mais unidos e fortalecidos para a luta”, destacou.
CPERS quer saber para onde vai o dinheiro dos gaúchos
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer analisou o quanto é importante para a categoria falar sobre os três assuntos que norteiam o congresso educação, democracia e direitos. “Nesse congresso vamos repensar a nossa escola, pois agora está nascendo uma escola desafiadora. Isso vai querer de nós a capacidade e maturidade para receber esses novos alunos que lutaram pela educação. Os alunos e pais se apossaram dessa escola e da educação pública”, afirmou.
Helenir também mostrou total repudio à denuncias de educadores que estariam reprimindo os estudantes que ocuparam as escolas. “A intolerância nunca foi papel do educador, a intolerância de não deixar que os alunos se organizem, isso não podemos permitir”.
A presidente falou sobre a crise que o governo Sartori defende enfrentar no Estado, mas que só no ano de 2015 pagou 18 bilhões de incentivos para empresas e declarou que o CPERS juntamente com o Sindicato dos Engenheiros irá pedir as auditória para saber quais empresas são beneficiadas pelo governo. “Nós queremos uma auditoria em todos essas contas, nós queremos saber onde está indo o nosso dinheiro”, destacou.
A categoria segue em greve desde 13 de maio e o governo Sartori (PMDB), não mostra nenhum interesse político para que a greve acabe. “Nós queremos uma audiência real, uma negociação verdadeira. Alguns colegas foram descontados pelos dias de greve. Vamos dizer para esse governo que a escravatura acabou. Se não pagar, não vamos recuperas as aulas, não vamos acabar o ano letivo e a culpa não será jogada em nosso colo. A culpa é do governador José Ivo Sartori”, defendeu.
Educação Pública precisa de investimentos
O professor, Benedito Tadeu César, analisou a crise política pelo qual está passando o Brasil, na sua concepção o governo da presidente Dilma Rousseff foi uma verdadeira varredura da corrupção e isso custou o impeachment. Também garantiu que as verbas para educação, saúde e segurança serão as mesmas do ano passado, que nada mais será investido e sim retirado. “Em momentos de resistência nós só temos um caminho, resistir e lutar. É o momento de reavaliar nossas ações e nos juntarmos. É um momento para uma luta de resistência. O momento que essa categoria enfrenta e decide pela manutenção da greve, por 39 votos só afirma que esse é o momento de continuar unidos”, concluiu.
O presidente do Sindipetro RS, Fernando da Costa trouxe dados importantes sobre o petróleo no Brasil. A Petrobras apartir de 2003 vem investindo muito mais e aumentou seu capital do que nos anos anteriores, por isso a empresa não está quebrada, ao contrario mais fortalecida. Também garantiu que é preciso que os alunos e educadores lutem pelas verbas para educação através dos royalties do petróleo e do fundo do pré-sal. “Esse é um ciclo de riqueza e se não usarmos ele agora em investimentos para a educação e saúde, não sabemos quando teremos um outro ciclo de riquezas desses. Se não lutarmos por isso, nós sim seremos os únicos prejudicados” afirmou.
O vice-presidente da CNTE, Milton Canuto, compartilhou informações importantes sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo ele o Rio Grande do Sul é o 4º Estado em maior investimento por aluno que é de R$ 3.578,28, anual. Por isso não recebe a complementação da União no Fundeb. Em contra partida o Estado não cumpre a constituição que assegura investimento anual de 35%.
Segundo Canuto o enfrentamento dos trabalhadores em Educação é permanente. Um dos grandes avanços foi consolidar uma legislação forte para a educação brasileira nestes últimos anos. “Agora o que precisa é fazer valer essa legislação”, afirmou.
A última atividade do dia foi a discussão e aprovação do regimento do IX Congresso.