Na tarde desta quarta-feira (25), o CPERS realizou o debate “Defesa da Democracia e Combate ao Fascismo”, atividade que integra a programação do Fórum Social Mundial (FSM). Educadores e educadoras representantes dos 42 núcleos do Sindicato lotaram o Salão de Atos Thereza Noronha, na sede da entidade.
Na abertura do evento, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, ressaltou que o Sindicato sempre esteve à frente da defesa da democracia.
“O CPERS historicamente é um sindicato que sempre se posicionou pela democracia. Mesmo nos tempos duros da ditadura, jamais arredou pé da defesa do seu ideal democrático”, destacou Helenir.
Para a presidente, nos últimos quatro anos os educadores(as) foram uma das categorias mais atacadas e desprezadas pelo governo federal: “Fomos acusados de fazermos doutrinação nas escolas, houve uma tentativa do governo de impedir a nossa autonomia. Esses quatro últimos anos, nós sentimos o retrocesso que tivemos nas pautas das mulheres, dos trabalhadores, dos negros, dos indígenas e resistimos, fomos para a luta e hoje estamos em um novo patamar. Os desafios ainda são muitos”.
>> Confira aqui o debate na íntegra:
Fascismo X Democracia
O ex-governador do RS, Tarso Genro, fez uma breve análise sobre a história do fascismo no contexto mundial, trazendo as perspectivas para o território brasileiro.
Na opinião de Tarso, é urgente que o Brasil faça uma reforma no estado brasileiro, das forças institucionais, das organizações públicas e da segurança externa: “Se não fizermos essas reformas, teremos a retomada e o avanço fascista em território brasileiro. Só não teve golpe no Brasil, porque os fascistas não encontraram respaldo majoritário nas forças armadas brasileiras”, concluiu.
Raul Carrion, ex-deputado estadual e ex-vereador de Porto Alegre, explanou sobre os movimentos fascistas que ocorreram em alguns países como Itália, Alemanha, Grécia e analisou o que é fascismo.
“O fascismo é o poder do próprio capital financeiro. Ele é um fenômeno da grande burguesia, na sua etapa superior imperialista. Evidente que nesta luta contra o fascismo e a democracia liberal, as forças progressistas não são neutras e nem tem dúvidas de que lado tem que estar”, apontou.
Para o historiador, na luta contra o fascismo, a união dos trabalhadores(as) é primordial: “Nesta luta contra o fascismo nós temos que cerrar fileiras e defender a democracia liberal”, finalizou.
O advogado e deputado federal, Afonso Motta, trouxe para o debate a tentativa de golpe à democracia, promovida pelos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e os desafios que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem pela frente.
“O nosso desafio, neste momento, do nosso governo, é o da governabilidade. Não desatender a realidade dos bolsonaristas radicais têm a estratégia de romper e desmerecer o ato de governar. Não é algo impensável, não é algo casual, é uma finalidade deliberada. E nós temos de resistir para não permitir que esse conjunto de dinâmicas contra o ato de governar passe a ser o nosso cotidiano, o nosso dia a dia”, observou Motta.
Segundo Motta, é preciso combater essa inverdade, que só um grupo é o dono da verdade. Os trabalhadores(as) devem fazer uma frente democrática ampla para enfrentar os desafios no governo Lula.
“O nosso desafio é imenso, mas nós temos que procurar atenuar as ações dos bolsonaristas e mantermos o estado democrático de direito, dando toda sustentação e apoio para o nosso governo, que também vai ter muitas dificuldades para implementar as suas propostas e políticas públicas necessárias para o povo brasileiro”.
As atividades do Fórum Social Mundial seguem até o próximo sábado (28), em Porto Alegre. Mais informações AQUI!