O CPERS junto à Frente dos Servidores Públicos (FSP) realizou Ato Não à Reforma Administrativa na manhã desta quarta-feira (13), na Praça José Bonifácio em Cachoeira do Sul.
A manifestação ocorreu na cidade por ser essa a base eleitoral do deputado Marlon Santos (PDT), um dos parlamentares que ainda não se posicionou sobre a PEC 32, apesar de seu partido, o PDT, já ter se manifestado contra a proposta.
A reforma de Bolsonaro e Guedes representa o fim dos serviços públicos essenciais à população. Cargos públicos poderão ser ocupados por apadrinhados políticos sem qualificação profissional, o servidor poderá ser perseguido politicamente e desligado, servidores aposentados poderão perder a paridade, os planos de carreira entrarão em extinção, assim como os concursos públicos.
A proposta pode ir à votação entre os dias 19 e 21 de outubro em Brasília, e as centrais sindicais e movimentos sociais estão mobilizados para barrar o pleito e alertam os deputados: quem votar contra os serviços públicos não volta!
Entidades somam forças para derrotar a PEC 32
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, destacou que a PEC significa um grande retrocesso para o serviço público e para a população. Helenir relembrou como era problemática a contratação antes da Constituição de 88, que tanto os contratos estaduais e municipais para as escolas tinham interferência política.
“A PEC traz isso de volta, o servidor passa ter compromisso com quem lhe deu contrato e não com a população. Eles dizem que querem acabar com os privilégios. Mas os altos salários estão de fora: juízes, promotores e exército não são atingidos com a PEC. Na verdade eles querem atacar os servidores que recebem menos.”
A educadora também frisou a importância do SUS na pandemia. “Quantos brasileiros a mais teriam morrido se não fosse o SUS, que é atendimento gratuito para todos? Quantos teriam recursos financeiros para tratar a Covid? Os 600 mil mortos do nosso país seria pouco se já tivessem privatizado a saúde.”
Helenir apontou que Leite pratica a mesma política de Bolsonaro aqui no Estado.
“O governador apoia a PEC 32, porque ele já fez a Reforma Administrativa aqui. Também ataca os serviços públicos. Agora quer vender a Corsan. Em Uruguaiana a água foi privatizada. Hoje o atendimento do saneamento em Uruguaiana é muito caro e de péssima qualidade”
A presidente frisou que os governos federal e estadual querem entregar o que é público para os grandes empresários.
“A educação na América Latina há dois anos atrás representava 6 trilhões de dólares. É muito dinheiro que vai para a educação e as empresas privadas querem esses recursos. A população tem que entender que o deputado que votar pela PEC 32, está retirando dela o direito à educação, o direito à saúde, o direito à assistência social”, defende.
Durante o ato, o diretor da Sintrajufe/RS, Zé Oliveira, reforçou que a PEC 32 vai prejudicar a parcela da população que mais necessita do posto de saúde, da escola pública. “Esses serão os mais atingidos pela reforma. O que queremos é garantir melhores serviços públicos para toda sociedade”.
Para Régis Tatsch, diretor do SindBancários, a PEC 32 vem para tirar a estabilidade, terceirizar e fragilizar o quadro geral do funcionalismo.
“É altamente nocivo a todo funcionalismo, tanto o atual quanto os futuros servidores. A Reforma Administrativa traz prejuízos enormes à sociedade com relação a prestação de serviços. Mas nós do Sindicato dos Bancários vamos lutar veemente com outras categorias para derrubarmos a PEC no Congresso Nacional”, frisou
Ryan Rosa, diretor de combate ao racismo da União Nacional dos Estudantes (UNE/RS), falou da importância do serviço público.
“O serviço público, que nesse momento de pandemia foi quem salvou milhares e milhares de vidas, é nosso. E a defesa da educação está sempre na linha de frente, a educação que é libertadora, uma educação para todos e todas”, ressaltou.
Pressão em cima dos deputados
A pressão não pode parar. O CPERS convoca a categoria para entrar em contato com os parlamentares e deixar claro que se votarem a favor da PEC, não voltam.
Acesse o site Na Pressão e envie seu recado!
Para facilitar, deixamos uma sugestão de mensagem:
“Senhor (a) Deputado (a):
Como eleitor (a) venho manifestar repúdio à Proposta de Emenda à Constituição 32/2020, que está em tramitação nesta Casa.
A Reforma Administrativa é um verdadeiro massacre ao servidor público, retirando direitos conquistados há anos. Além disso, a proposta não ataca o problema das desigualdades no setor público, mantém privilégios para a elite do funcionalismo e acaba com os serviços públicos oferecidos a população.
Em 2022, teremos Eleições gerais!
Quem votar a favor, não volta!
Vote contra a PEC 32/2020.
Diga não à retirada de direitos!