Formação política e arte mobilizam educadores no Encontro Regional de Aposentados em Caxias do Sul


Em mais um dia de casa cheia, a rodada regional dos Encontros de Aposentados(as) chegou, nesta terça-feira (12), a Caxias do Sul. Além dos educadores(as) do núcleo, participaram da atividade aposentadas das regiões de Estrela, Taquara, Montenegro e São Leopoldo.

Arte, palestra sobre bem viver, informação e formação política marcaram o evento. O Desafio da Dança, neste ano voltado ao folclore nacional, consagrou o grupo de Estrela, que disputará a etapa estadual.

O debate também foi pautado pela iminência do envio dos projetos de Eduardo Leite à Assembleia Legislativa e a proximidade da greve. “Falamos sobre a importância de visitar escolas, realizar piquetes e pressionar deputados. Os aposentados serão parte fundamental da luta para derrubar o projeto de destruição da carreira e de direitos da categoria”, explica Glaci Weber, diretora do Departamento de Aposentados do CPERS.

Como nos demais encontros, foi realizada a leitura da Carta dos Aposentados, documento que já foi assinado por mais de 5 mil educadores(as), manifestando amplo repúdio ao pacote do governo e apoio à greve. O texto foi aprovado por unanimidade.

Solange Carvalho, 1ª vice-presidente do CPERS, também esteve presente e reforçou o chamado à luta. “Vocês não fazem parte só da nossa história, pois estão sempre na luta. São guerreiros que tem seu valor poucas vezes reconhecido pelo governo, mas nós sabemos e celebramos a presença de cada um”, disse.

Nesta quarta, o evento acontece em Três de Maio, no Salão Paroquial Católico (Av. Avai nº 61, Centro), das 9h às 17h.

Para assinar a carta, basta preencher o formulário abaixo. A íntegra da carta pode ser lida na sequência da página.

Carta das aposentadas e aposentados da rede estadual de educação sobre o projeto desumano de Eduardo Leite

Nós, educadoras e educadores aposentados(as) da rede estadual do Rio Grande do Sul, repudiamos com veemência o mais recente ataque de Eduardo Leite aos professores(as), funcionários(as) de escola e a todos os gaúchos(as) que dependem da educação pública para aprender, sonhar e crescer.

É com perplexidade e indignação que tomamos conhecimento dos projetos do governador para destruir a carreira do magistério – conquistada a duras penas em nossas lutas históricas -, aprofundar o arrocho salarial, retirar direitos e confiscar o dinheiro dos aposentados(as) que ganham menos taxando a Previdência.

Em toda nossa trajetória, jamais vimos um governo atacar com tanta violência seus próprios servidores(as). Não é nada menos do que inacreditável a disposição de cobrar alíquotas previdenciárias de quem ganha pouco mais de um salário mínimo. Não trabalhamos e lutamos a vida inteira para chegar à aposentadoria empobrecidos e sem dignidade.

Este é um projeto de morte, nocivo e cruel.  É nos ombros de quem recebe os menores salários que recairá a conta da má gestão, das desonerações fiscais bilionárias, da sonegação de grandes empresas e dos privilégios dos altos salários.

O governador quer sacrificar as nossas vidas em nome de um ajuste fiscal que não produziu qualquer resultado positivo em cinco anos de arrocho. Pelo contrário, Sartori legou aos gaúchos(as) o maior rombo dos últimos 16 anos nas contas públicas. Quem, como Leite, está a serviço deste projeto, não está a serviço do Rio Grande do Sul.

Somos dezenas de milhares que construímos o passado e o presente, educando gerações. Nossas lutas históricas fizeram do CPERS um dos maiores e mais combativos Sindicatos do Brasil. Enfrentamos o chumbo da ditadura e a insensibilidade de outros governantes.

Estaremos em todos os espaços, nas ruas, nas praças e nos piquetes em escolas, de mãos dadas com os colegas da ativa para barrar essa proposta nefasta e inaceitável. A greve da categoria tem nosso apoio total e irrestrito. Eduardo Leite passará, nossos direitos ficarão. Avante educadores, de pé!

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