A manhã desta terça-feira, dia 15, foi histórica no Estado, pois mostrou a força da unidade das 44 entidades do funcionalismo público, que juntas formam o Movimento Unificado dos Servidores, e impediu a votação dos Projetos de Lei que atacam os direitos dos trabalhadores e trazem sérias consequências à população. A ação que levou ao adiamento da votação foi o bloqueio das sete entradas de acesso à Assembleia Legislativa. Desde às 6h, educadores de todo o Estado deram início ao bloqueio à Assembleia. Logo após, demais servidores das entidades que compõem o Movimento uniram-se a eles, totalizando cerca de 5 mil servidores, que juntos impediram o ingresso de deputados e funcionários da casa por sete horas. Em 180 anos, essa é a primeira vez que a Assembleia tem suas entradas bloqueadas.
O objetivo da ação foi o de pressionar os deputados para que peçam ao governo a retirada da pauta de votação dos Projetos de Lei que colocam em risco direitos históricos do funcionalismo público gaúcho e afetam toda a população. Estava previsto para hoje a votação de alguns projetos como o Pl 300, que prevê a extinção das Fundações (Fepps e Fundergs), o PL4330, que cria a previdência complementar, e o PLC 169, que trata da gestão democrática nas escolas.
“O governo não pode, simplesmente, enviar projetos para a Assembleia sem debater com a população e os servidores. Esse é um método autoritário e não é dessa forma que o governo vai resolver os problemas do Estado. Vivemos um cenário de instabilidade, temos nossos salários atrasados e nossos direitos ameaçados. O governo precisa nos escutar e respeitar nossos direitos como cidadãos e trabalhadores”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Coordenação relata repúdio aos PLs à deputados
Enquanto aguardavam a abertura dos acessos à Assembleia, os deputados foram diversas vezes negociar com os servidores. Após negociação, a coordenação do Movimento foi recebida no Memorial da Assembleia Legislativa (Casa Rosada) pelo presidente da Assembleia, Edson Brum, e pelos líderes das bancadas de cada partido. Após ouvir a reivindicação dos servidores, exposta pela representação de cada Sindicato, Brum afirmou que os relatos serão levados ao governador José Ivo Sartori. “A pauta da Assembleia está trancada. Os argumentos de vocês serão levados ao governador”, afirmou.
Logo após votação dos servidores, que por ampla maioria decidiram pela liberação dos acessos à Assembleia, foi definida a suspensão da votação dos Projetos de Lei, que ocorreria nesta terça-feira. “Hoje conseguimos barrar todos os projetos que seriam votados. Isso só comprova que a unidade dos servidores públicos está dando certo. Precisamos nos manter unidos, mobilizados e fortes para continuar barrando os ataques do governo contra os servidores e os serviços públicos”, destacou Helenir.
No final da tarde de hoje, o presidente da Assembleia, Edson Brum, informou que uma nova votação só ocorrerá no próximo dia 22. Como não terão votações, amanhã terá aula normal nas escolas. Alguns servidores farão a vigília no acampamento do funcionalismo, instalado na Praça da Matriz desde o último dia 08, enquanto a categoria retorna à escola.