A atleta Carol Solberg manifestou-se contra o presidente Jair Bolsonaro durante entrevista ao vivo após conquistar medalha de bronze no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, realizado recentemente no Rio de Janeiro. Ao final de uma entrevista para tevê, Carol falou: “Só para não esquecer, Fora Bolsonaro”.
Diante da atitude corajosa da atleta, que apenas exerceu o seu direito à liberdade de expressão, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a denunciou com base nos artigos 191 e 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O artigo 191 fala em “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição” e o 258, sobre “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva.
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) também posicionou-se contra Carol, emitindo uma nota de repúdio.
A tensão entre o posicionamento político e ambientes esportivos não vem de hoje. Nas últimas décadas, outros atletas também foram protagonistas em momentos políticos do país como, por exemplo, pedir pelo fim da ditadura militar e exigir mudanças em modalidades.
O CPERS manifesta seu incondicional apoio à atleta e alerta que a atitude do STJD e da CBV configura-se como censura.
Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu a presidência, a democracia brasileira vem sofrendo severos ataques. Toda manifestação contra o governo tem sofrido repúdio e punições.
Bolsonaro tem adotado como prática intimidar a todos que se opõem ao seu governo. Tolerar esta postura é validar atitudes antidemocráticas, que rasgam o direito de todos os cidadãos a manifestar-se livremente.
Vozes como as de Carol não devem ser caladas, precisam ser multiplicadas para que as arbitrariedades e atrocidades que Bolsonaro e seus aliados cometem sejam denunciadas.