Faisal Karam mente sobre recursos financeiros do Julinho e direção cobra explicações


Uma afirmação do secretário Faisal Karam na audiência da Comissão de Educação da última quinta-feira (10) revoltou a direção e comunidade escolar do tradicional colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, da capital.

Tentando mostrar que há condições de retorno às aulas no Rio Grande do Sul, Faisal constrangeu os presentes dizendo, de forma grosseira, que “… o Julinho tem R$ 600 mil reais na conta da autonomia financeira.”

Como o secretário se retirou da reunião sem dialogar com a comunidade, não ouviu a resposta. Mas no dia seguinte, a escola enviou ofício assinado pela diretora Maria Berenice Moura Alves, cobrando esclarecimentos.

“Gostaríamos de saber em qual conta do Colégio Estadual Júlio de Castilhos está depositado o valor citado pelo Senhor?”, questiona o documento, afirmando que a informação não é verdadeira. O texto também critica o desconforto causado pela fala perante a comunidade escolar.

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O documento também escancara o descaso do Estado com a escola, lembrando que desde 2019 a direção envia ofícios à Seduc solicitando obras urgentes, como reformas da cozinha e refeitório, rampas de acessibilidade e reparos no telhado, entre outras.

Os pedidos foram emitidos na esperança de receber verba do BIRD com valor estipulado de R$ 150 mil. Porém, segundo relata a diretora, o colégio nunca recebeu os fundos.

“(…) é importante destacar, senhor secretário, que, se realmente tivéssemos o expressivo valor de R$ 600 mil referentes à autonomia financeira, (…) as reformas, com certeza, já teriam sido realizadas e muitas outras melhorias já estariam prontas.”

O ofício é concluído com uma manifestação de solidariedade a “tantas outras escolas estaduais que lutam para administrarem seus espaços e deixá-los em condições adequadas para o desenvolvimento de uma educação de qualidade.”

Em pesquisa realizada pelo CPERS, 70,5% das direções escolares afirmaram que os repasses da verba de autonomia financeira estão em atraso. Já 61,6% colocam que os repasses da verba de manutenção estão em atraso.

A falta de recursos e a incapacidade do Estado em fazer a sua parte na gestão das escolas são alguns dos motivos pelos quais o Sindicato é contrário ao retorno das aulas presenciais.  86% da categoria defende que não há condições de retomar as aulas sem vacina.

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