Escolas estaduais do RS em colapso: Radar do CPERS expõe a realidade ignorada pelo governo Leite


O CPERS divulga, nesta sexta-feira (7), os primeiros dados do Radar sobre a Realidade das Escolas da Rede Estadual do Rio Grande do Sul 2025. Com base nas respostas registradas até as 11h desta manhã, o levantamento já evidencia um cenário preocupante: escolas enfrentam carência de recursos humanos, infraestrutura precária e dificuldades para garantir condições adequadas de ensino. 

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Até o momento, o levantamento conta com 400 respostas, abrangendo 264 escolas em 122 municípios gaúchos. Confira os principais dados abaixo: 

>> Falta de profissionais: 

Os dados indicam que as escolas estaduais lidam diariamente com a ausência de profissionais essenciais. Ao todo, já foram registradas 751 carências:

  • Falta de professoras(es): 283
  • Falta de funcionárias(os): 259
  • Falta de especialistas: 209

Entre as disciplinas com maior déficit de docentes, Matemática lidera a lista, com 27 vagas em aberto, seguida por Educação Física (21), Artes (16) e Língua Portuguesa (14). Geografia (13), Física (11) e Biologia (10) também estão entre as matérias com grande carência. Outras disciplinas fundamentais, como Ciências (9), Língua Inglesa (8) e Língua Espanhola (7), também registram falta de profissionais, evidenciando um impacto direto na qualidade do ensino oferecido às(aos) estudantes da rede estadual.

>> Problemas de infraestrutura: 

Entre as(os) participantes da pesquisa, 188 apontaram que suas escolas sofrem com problemas estruturais. Os principais desafios relatados são:

  • Rede elétrica comprometida: 141
  • Telhados danificados: 84
  • Infiltrações: 76
  • Problemas hidráulicos: 63
  • Obras atrasadas: 43
  • Muro em risco de desabamento: 18

Além disso, quando questionadas(os) sobre a capacidade da rede elétrica de suportar equipamentos eletrônicos, 132 responderam que “não suporta”, enquanto 59 disseram que “suporta apenas parcialmente”.

Obras inacabadas também são um problema grave: 108 participantes afirmaram que suas escolas possuem reformas iniciadas que nunca foram finalizadas.

>> Conforto e segurança em meio ao calor extremo: 

A onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul também evidencia a precariedade das escolas estaduais:

  • Sobre a presença de ventiladores nos espaços escolares:
    • 45 responderam que não possuem;
    • 56 responderam que possuem apenas em alguns espaços; e
    • 124 responderam que possuem em todas as salas.
  • Sobre a presença de ar-condicionado:
    • 104 responderam que não possuem;
    • 46 responderam que possuem apenas em alguns espaços; e
    • 75 possuem em todas as salas. 

  • Possibilidade de manutenção das aulas em dias de calor extremo:
    • Não: 183
    • Sim: 42

  • Existência de espaços de sombra e áreas de convivência:
    • Não: 50
    • Parcialmente: 87
    • Sim: 88

Além disso, 58 participantes relataram que suas escolas enfrentam falta de água regularmente e 47 disseram que isso ocorre de forma eventual.

>> Impacto das enchentes de 2024: 

O levantamento também questionou sobre as enchentes de maio de 2024. Do total de respostas, 39 escolas foram atingidas e, até o momento, 15 delas ainda possuem obras em andamento ou inacabadas para solucionar os danos causados pelo desastre.

Governo ignora realidade e insiste em narrativa irreal

Os dados parciais do Radar do CPERS deixam claro: as escolas estaduais do Rio Grande do Sul enfrentam desafios diários, com falta de profissionais, problemas de infraestrutura e condições inadequadas para o ensino e a aprendizagem. No entanto, o governo Eduardo Leite (PSDB) insiste em vender uma falsa realidade, ignorando as dificuldades enfrentadas por quem vive o cotidiano das instituições de ensino.

Diante desse cenário, o CPERS convoca toda a comunidade escolar para continuar participando da pesquisa! A contribuição de cada uma e cada um é essencial para fortalecer a luta por melhores condições de trabalho para as(os) trabalhadoras(es) da educação e por um ensino de qualidade para nossas(os) estudantes.

As respostas seguirão sendo coletadas até o dia 20 de março. Sua voz faz a diferença!

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O momento exige união e luta

Para além das questões estruturais, a educação do Rio Grande ainda enfrenta diversos outros ataques que o governo tenta esconder: salários defasados, descontos desumanos, falta de concurso público e a ameaça das PPPs, que representam a privatização da educação. 

Por tudo isso, a partir da próxima terça-feira (11), durante quatro semanas, o CPERS visitará escolas da rede estadual de ensino do RS para denunciar o desmonte da educação pública e os ataques às(aos) educadoras(es), promovidos pelo governo Leite (PSDB). Percorreremos instituições nas regiões dos 42 Núcleos do Sindicato para escancarar a realidade. 

Em abril, realizaremos uma grande Assembleia Geral para definir os passos da luta. Somente com mobilização poderemos barrar os ataques e conquistar nossos direitos. Vamos ocupar as escolas, denunciar a política de destruição de Eduardo Leite (PSDB) e construir a resistência! Juntas(os), somos mais fortes!

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