No relatório semanal de saúde pública da França, divulgado na quinta-feira, 24 de setembro, 32% dos 899 focos identificados e sob investigação na França referem-se a escolas e universidades. Somente em Paris, 75% vêm de escolas.
Os focos – chamados de clusters – representam pelo menos três casos confirmados de Covid-19 em um período de sete dias e em pessoas que pertencem à mesma comunidade.
As crianças e adolescentes franceses retornaram às aulas no dia 1° de setembro em mais de 60 mil instituições em todo o país. Três dias após a volta, 22 escolas tiveram de fechar as portas e nas últimas semanas cerca de 1.000 casos por dia foram registrados nestes ambientes.
Universidades e escolas são o segundo maior número de clusters na França, depois das empresas públicas e privadas.
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Apesar dos números, o protocolo de saúde foi amenizado nos estabelecimentos de educação na semana passada. Porém, por lá, o governo oferece uma ampla autonomia às escolas para se manterem abertas ou fechar em caso de detecção de alunos, professores ou funcionários com Covid-19.
Em colaboração com a Agência Regional de Saúde, em caso de contágio, é feita a testagem e estabelecida uma lista de pessoas que devem ficar em casa cumprindo a quarentena de 14 dias.
Em maio, a França já havia protagonizado um aumento dos casos ao reabrir parcialmente as escolas e tendo que fechar diversas instituições novamente.
A partir desta segunda-feira (5), Paris e outros três departamentos de sua região metropolitana foram colocados em “alerta máximo” a fim de conter a propagação do coronavírus na região.
As novas medidas deverão entrar em vigor nesta terça e terão validade de 15 dias. Elas incluirão um novo protocolo sanitário para restaurantes, fechamento de bares e redução no número de estudantes em instituições de ensino.
A segunda onda de propagação de casos de Covid-19 na França, após o retorno das atividades presenciais nas instituições de ensino, é prova que o tema precisa ser tratado com muito mais seriedade e visando a preservação da vida dos estudantes, professores(as) e funcionários(os) acima dos interesses do capital.
Imagem destaque: LP / Olivier Corsan