Representantes da comunidade universitária, institutos federais, entidades estudantis e educadores(as) da rede pública e privada reuniram-se no CPERS no fim da tarde desta sexta-feira (3) para construir a mobilização da Greve Nacional da Educação, convocada para o dia 15 de maio pela CNTE.
Inicialmente chamada para demonstrar a insatisfação dos(as) educadores(as) com a Reforma da Previdência, a Greve Nacional da Educação ganhou novos contornos nesta semana. O corte de 30% das verbas de universidades e institutos federais – que inviabiliza o funcionamento das instituições – deve servir como gasolina para a mobilização.
Trata-se de aproveitar a pauta para chamar atenção da sociedade para o desmonte em curso em todos os níveis da educação, e acumular forças para construir a greve geral do dia 14 de junho em defesa da aposentadoria. Presentes na mesa, CPERS, Sinpro, Andes, UNE, Adufrgs, Assufrgs, APG Ufrgs e Sinasefe IFSul debateram ações conjuntas para dialogar com a sociedade e realizar atos unificados na capital e no interior.
“Como professores estaduais, não temos como deixar de falar dos ataques à universidade pública. Nós trabalhamos para que os alunos acessem o ensino superior e o povo precisa entender que estão atacando o futuro dos seus filhos”, explica a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
De acordo com Margot Andras, diretora do Sinpro/RS, a investida contra a educação também atinge o ensino privado e só pode ser combatida com uma ampla aliança com a comunidade escolar e acadêmica. “Precisamos levar o debate às maiores escolas, defendendo uma educação livre, laica e não amordaçada”, pontua.
Para a professora Neiva Lazaroto, da Intersindical, a força da mobilização do dia 15 é crucial para criar as condições para a greve geral em junho. “Esses próximos meses são decisivos para o futuro de décadas”, disse.
Na capital, as ações devem ocorrer de forma descentralizada, com aulas públicas nos bairros, e culminar em uma manifestação conjunta com concentração em frente à Faced, da UFRGS, no Campus Centro.
“Vamos fazer das universidades palcos de grandes manifestações. A Federal é o símbolo da entrada e da continuidade no ensino superior para milhares de pessoas. Precisamos fazer ecoar que este é um ataque a toda a população”, define Filipe Eich, coordenador-geral da UEE-Livre.
O cronograma completo de ações será concluído e divulgado ao longo da semana. As entidades reúnem-se novamente no dia 10 para encaminhar a agenda de lutas.