O Coletivo de Aposentados(as) do CPERS realizou nesta quarta-feira (27), de forma virtual, o primeiro encontro deste ano. Em pauta, a situação do IPE Saúde, análise da conjuntura política, informações da assessoria jurídica e a apresentação das políticas planejadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores(as) em Educação (CNTE) para os aposentados(as).
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, saudou os educadores(as) ressaltando a importância histórica nas lutas da categoria. “Se o sindicato é uma entidade forte e respeitada, muito devemos aos nossos colegas aposentados.”
Ao avaliar o cenário atual, Helenir destacou que é imprescindível prosseguir com as denúncias sobre os responsáveis pelo descaso com os educadores(as). “Quem mandou o projeto para o Congresso Nacional para permitir que os estados cobrem 22% de previdência dos aposentados foi Bolsonaro. Se estamos onde estamos hoje, os responsáveis são: Eduardo Leite e Jair Bolsonaro.”
A presidente ainda acrescentou: “Temos que reconhecer os nossos inimigos para lutarmos com a qualidade necessária nesse momento de intensos ataques que atravessamos”.
A diretora do departamento dos aposentados(as) do CPERS, Alda Bastos Souza, foi enfática ao avaliar os desmandos dos governos estadual e federal. “Nunca tinha presenciado tantos ataques contra nós. Esses governos são imorais e mentirosos, pois mentem ao propagar uma valorização que nunca existiu.”
Para manter a pressão necessária para que não sejam aprovadas ações que penalizem ainda mais a categoria, os dirigentes do CPERS seguem visitando escolas. “É fundamental alertarmos a categoria para que fiquem atentos e não reelejam os governos que aí estão”, afirmou a diretora Juçara Borges, que também integra o departamento.
Em defesa do IPE
A diretora do Departamento de Saúde do Trabalhador e representante do Sindicato no Conselho de Administração do IPE Saúde, Vera Lessês, analisou a situação da autarquia desde sua criação, há oito anos.
“Desde que surgiu, o Instituto não teve a atenção necessária. Já estão no 6º presidente. O abandono e a falta de comprometimento são propositais para justificar a privatização”, frisou.
O arrocho salarial dos servidores(as) públicos, que já dura quase oito anos, segundo avaliação da diretora, contribuíram para o agravamento da situação do IPE. “Sartori parcelou, congelou e pagou atrasado os salários, acentuando a crise. Com Leite, esta política teve continuidade.”
Ao lembrar dos graves problemas do Instituto, como a falta de hospitais e médicos credenciados e uma dívida de bilhões, Vera evidenciou as próximas iniciativas em defesa do IPE. “No dia 5 de maio haverá uma audiência pública na Assembleia Legislativa. Vamos seguir denunciando que, diante do arrocho salarial que nos massacra, não temos como contribuir mais.”
Na sequência do Encontro, o advogado Marcelo Fagundes, da assessoria jurídica do CPERS, explicou, de forma detalhada, questões que impactam na vida funcional dos educadores(as), como a alteração no plano de carreira do magistério, principalmente quanto a implantação do subsídio, as parcelas de irredutibilidade e autônoma, a mudança na nomenclatura das gratificações e o falso reajuste propagado pelo ex-governador Eduardo Leite (PSDB).
Por respeito e uma aposentadoria digna
O professor Sérgio Antônio Kampfer, representante dos aposentados(as) na Direção Executiva da CNTE, elencou algumas das políticas planejadas pela entidade para essa parcela da categoria. “Destaco a criação de um dia de luta dos aposentados para denunciarmos, por exemplo, o confisco e os ataques aos nossos direitos. Vamos definir a data no segundo semestre deste ano”, explicou.
A luta contra a PEC 32, a revogação da reforma trabalhista e do ensino médio e a defesa do piso nacional, foram outras ações destacadas pelo educador.
“Os direitos que adquirimos foram resultado da luta coletiva dos trabalhadores, mas isso não quer dizer que vão durar para sempre. Estamos na mão de uma elite do atraso. Para nossa sorte, somos muitos, uma grande força”, enfatizou.
A diretora do departamento dos aposentados(as) do CPERS, Glaci Weber, lembrou das propostas aprovadas na Assembleia Geral do Sindicato, realizada em 1° de abril, com destaque para as que tratam da luta contra a PEC 32, da revogação da reforma administrativa e da elaboração de uma Carta Compromisso, onde os candidatos ao governo do Estado se comprometam a revogar todas as reformas ocorridas que retiraram os direitos da categoria e da classe trabalhadora.
“Em toda minha carreira nunca vi um ataque tão grande aos educadores. Nossos direitos foram barbaramente atacados. Nos últimos anos, não temos conseguido sequer arcar com os custos de remédios, alimentação e contas essenciais”, desabafou Glaci.
A descontração também teve espaço no Encontro. Com o objetivo de ressaltar a importância do movimento para a saúde física e mental, a diretora Sandra Severo Régio convidou a todas e todos para dançarem algumas músicas coreografadas por ela.
Ao fim da reunião, os presentes definiram uma agenda de possíveis lutas e atividades para o decorrer do ano.