Em Ijuí, 10º Grito de Alerta cobra políticas de incentivo à agricultura e educação do campo


O CPERS fez-se presente, na manhã desta quarta-feira (16), no 10° Grito de Alerta, em Ijuí, para somar forças à luta em defesa da agricultura e pecuária familiar e pela educação do campo.

O ato, organizado pela Fetag-RS, teve concentração na Praça da República do município e mobilizou mais de 4 mil trabalhadores(as) rurais de todo o estado. A atividade também contou com a mobilização de lideranças sindicais e parlamentares.

A política de estado mínimo instaurada nos governos de Eduardo Leite (PSDB) e Bolsonaro (PL) – juntamente com os efeitos da pandemia – agravaram a crise enfrentada pelas milhares de famílias de pequenos agricultores(as).

Para a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, é preciso que os governos federal e estadual tenham políticas sérias e urgentes de incentivo à agricultura e pecuária familiar, perpassando também pela educação do campo.

“Estamos trazendo a solidariedade dos educadores para essa luta da agricultura familiar. Muitos alunos da escola pública estão aqui juntamente com os seus pais dando um Grito de Alerta tanto para o governo Bolsonaro quanto para o governo Leite de que há uma necessidade urgente de atender a pauta dos pequenos agricultores, porque vai faltar comida na mesa”, explicou Helenir.

Elevação no custo de produção de todas as cadeias produtivas devido à forte alta em insumos como ração e os defensivos agrícolas, aumento no preço da energia elétrica, desvalorização do salário mínimo e das aposentadorias, congelamento de recursos investidos na saúde e a falta de infraestrutura de internet, sinal de telefonia e de estradas em boas condições são alguns dos problemas.

Devido à estiagem, agricultores(as) do Rio Grande do Sul também enfrentam sérias dificuldades para continuar produzindo alimentos que chegam na casa dos gaúchos(as).

“Precisamos cobrar respostas do governo do Estado e do governo federal. A estiagem continua e os agricultores têm que estar aqui para cobrar resposta destes governos que, até o momento, não responderam às nossas reivindicações. Agricultores querem respostas, querem a resolução para os seus problemas”, asseverou o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva.

Considerando os números que foram divulgados até o momento, as perdas financeiras provocadas pela seca no estado deverão apresentar um prejuízo aos produtores(as) estimado em R$ 36,14 bilhões, segundo levantamento realizado pela FecoAgro/RS.

A exigência de políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres do campo também pautou o ato. Na última década (2012 até 10 de fevereiro de 2022), foram registrados 954 feminicídios no estado. Conforme pesquisa do TJ-RS, os casos de feminicídio subiram 21% em 2021.

O 10º Grito de Alerta também chama atenção ao Projeto de Lei (PL) 2963/2019, que facilita a compra, a posse e o arrendamento de terras por estrangeiros; com a correção da tabela do Imposto de Renda para os agricultores(as) e pecuaristas familiares. 

Além disso, levanta a discussão da PEC 188 do Pacto Federativo que trata no artigo 115 sobre a extinção de municípios com menos de 5 mil habitantes e sobre o artigo 5° da Lei Complementar 141/2012 que acaba com o recurso mínimo a ser aplicado pela União na saúde e na educação.


A edição de 2022 foi inspirada na Década da Agricultura Familiar, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), que estabelece sete pilares para valorização e incentivo à agricultura e à pecuária familiar.

É uma realização da Macro Região Missões Fronteira Noroeste, Regionais Sindicais Ijuí, Missões I, Missões II, Santa Rosa e Três Passos, Macro Regional Central, Fetag-RS e Fetar-RS.

>> Confira todas as reivindicações do 10º Grito de Alerta aqui.

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