Em duas semanas, Caravana do CPERS visita cerca de 120 escolas e denuncia o abandono do governo Leite


Falta o básico em inúmeras escolas estaduais gaúchas. Aulas na penumbra, teto prestes a desabar, risco de curto circuito, muros desabando, mofo, infiltrações e insegurança.

Neste cenário de negligência, estão educadores(as) deixados na miséria devido aos sete anos sem reajuste salarial e à retirada de direitos como o adicional de local de exercício, descontos dos dias recuperados da greve e do vale-transporte.

Esta é a realidade que Eduardo Leite (PSDB) tenta mascarar, mas que a Caravana do CPERS vem denunciando ao longo das duas últimas semanas.

No total, os dirigentes do sindicato estiveram, até o momento, em mais de 30 cidades nas 9 regiões funcionais do estado, fiscalizando a situação de cerca de 120 escolas.

Enquanto o governo mente afirmando que são poucas as escolas que, por falta de condições, não retomaram as aulas presenciais, o sindicato pegou a estrada para mostrar a verdade.

Exemplos de abandono se multiplicaram conforme a Caravana progrediu. São inúmeras são as instituições que não possuem as condições mínimas para o retorno imposto por Leite.

Direções aflitas diante da morosidade do Executivo frente as obras emergenciais que sequer têm data para iniciar e reformas urgentes que estão paradas há anos são o reflexo da negligência do governo.

“Estamos percorrendo o estado junto à nossa base para provar ao governador e à Seduc que o mundo de fantasia deles não é real. As escolas estão sucateadas e nossos salários defasados. A gestão Eduardo Leite não avança, ela RETROCEDE! A educação não pode mais esperar”, afirma a presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer.

Abaixo, resumimos algumas das situações conferidas pelo sindicato, que exemplificam o sucateamento das escolas e o desamparo dos educadores.

Nesta semana, o CPERS segue na estrada visitando escolas das regiões de Frederico Westphalen, São Borja, Cruz Alta, Bagé, Camaquã, Porto Alegre, Osório, Palmeira das Missões, São Luiz Gonzaga, Ijuí, São Gabriel, Rio Grande, Carazinho, Cerro Largo, Santo Ângelo, Cachoeira do Sul e Pelotas.

Porto Alegre:

-EEEF Luiz de Azambuja Soares

Problemas na rede elétrica, muro com risco de desabamento e paredes com infiltrações.

-EEEF Dr. José Carlos Ferreira

Prédio com risco de desabamento, infiltrações nas paredes, risco de desabamento da fachada, falta de funcionários para a limpeza e não há vice direção.

Vistoria e licitação feitas em 2019. A obra foi orçada em R$ 120 mil e segue no setor de obras do governo.

 -EEEF Onofre Pires

Escola tinha 60% de Difícil e o governo retirou.

Para chegar na escola o ônibus para longe e não há segurança.

-EEEF Imperatriz Leopoldina

Sob ameaça de fechamento desde 2019, ano em que foi excluído o turno da manhã. Recentemente a instituição foi avisada pela secretária estadual de educação, Raquel Teixeira sobre a possibilidade de o terreno da escola ser vendido para uma instituição privada de ensino.

-EEEF Nossa Senhora da Conceição 

Foi arrombada quatro vezes. Somente neste ano foram 12 arrombamentos. No último, levaram até o portão. Em junho, roubaram parte da fiação e desde então a instituição está sem luz. Os alunos estão tendo aula na penumbra. Não há merenda, pois roubaram a válvula de gás.

-EEEM Visconde do Rio Grande

Não há luz elétrica. Fios de cobre e disjuntores foram roubados.  Quatro salas de aulas estão interditadas, telhado está quebrado e há infiltrações.

-E.E.F. Santa Rita de Cássia

Fiação elétrica que foi furtada. A instituição segue com aulas remotas, entrega e devolutivas de atividades impressas.

 -EEEF Venezuela

Telhado quebrado, infiltrações e vazamentos causam mofo e rachaduras nas paredes. Há 12 salas interditadas. O auditório abriga duas turmas. Por falta de espaço adequado, os livros ficam no corredor. Salas pequenas impedem o distanciamento e faltam funcionários para fazer a merenda.

Para os reparos, o orçamento gira em torno de R$ 100 mil. A escola aguarda há um ano e meio o retorno da Secretaria de Obras.

 -ETE José Feijó

Há apenas uma funcionária para limpeza dos ambientes.

 -EEEF Júlio Brunelli

Funcionários insuficientes para garantir a limpeza dos ambientes.

 -EEEM Mariz e Barros

Funcionários insuficientes para garantir a limpeza dos ambientes.

Uruguaiana

EEEF Hermeto José Pinto Bermudez

Está há um ano sem luz. O quarto projeto elaborado pela Secretaria de Obras do Estado ser rejeitado.

-EEEF Flores da Cunha

Interditada, a escola aguarda há dois anos a entrega da obra de sua sede que teve um princípio de incêndio em 2019. Atualmente, atende nas dependências de outra instituição, a EEEM Dr. João Fagundes.

 

Montenegro

-Colégio Doutor Paulo Ribeiro Campos

Há dois anos sem energia elétrica, consequência de cinco invasões. São 13 salas de aula, o laboratório de informática, o refeitório e a biblioteca sem luz, impedindo o retorno presencial às aulas.

-EEEF Tanac

Um amplo espaço que poderia abrigar o 8º e 9º ano está totalmente comprometido, principalmente o chão que possui enormes buracos, rachaduras extensas e desnível.

Caíram os azulejos das paredes e das pias dos banheiros e do refeitório.

Uma das escadas de acesso à instituição está desmoronando.

-EET São João Batista

Falta professor de Espanhol desde o início do ano letivo e de Matemática para as aulas do programa Aprende Mais.

 -EEEF Delfina Diaz Ferraz

A cerca de ferro está caída há vários anos, o refeitório e a cozinha, que fica no porão, estão em péssimas condições.

 -EEEF Adelaide de Sá Brito

O muro caiu e até hoje não houve retorno sobre o conserto. Número insuficiente de funcionários(as) para fazer a limpeza dos ambientes. No momento, apenas uma profissional, que é cedida de outra escola, faz a higienização.

 

Muitos Capões

-EEEM D. Frei Vital de Oliveira

Há dois anos, a escola espera pela reforma do telhado. Quatro salas de aula estão interditadas.

 

Santa Maria

CE Coronel Pilar

Problemas no sistema de distribuição de energia elétrica.  Não há como ligar ventilador e ar condicionado. Goteiras causam infiltração e umidade, que geram mofo pelas paredes. Quando chove, os alunos têm aulas na biblioteca e em outros espaços.

-IE Olavo Bilac

No ano passado, o local sofreu cinco arrombamentos. Falta de funcionários para a limpeza e merendeira.

 

Viamão

-EEEF Carlos Chagas

Sofre ameaça de municipalização.

 

São Leopoldo

-EEEM Olindo Flores da Silva

Alagamento das salas e do pátio instituição. Portas, armários e demais estruturas estão danificados por conta da água que entra em toda a escola.

Desde 2019, a biblioteca está fechada devido à falta de bibliotecário. A instituição possui um extenso terreno que anteriormente abrigava as quadras de esporte. Atualmente o local está coberto de mato e com a pouca estrutura que possuía deteriorada.

 -EEEF Pedro Schuler 

O teto da cozinha, do refeitório e do laboratório de informática está completamente comprometido, ameaçando desabar.

 

Guaíba

-EEEF Nossa Senhora do Livramento

Há quase seis anos está com obras inacabadas. A instituição pegou fogo em 22 de dezembro de 2016 e a construção do novo prédio, iniciada em fevereiro de 2018, foi interrompida em setembro do mesmo ano, por falta de pagamento da Seduc à empresa contratada. Para suprir a demanda foi improvisada uma sala de aula no refeitório da instituição.

 -EEEM Izaura Ibanez Paiva

A escola possui dois prédios distintos, atende a 480 alunos, mas tem somente dois banheiros em um dos prédios.

A escola também perdeu o adicional de local de exercício, de 20% para 5%, sendo que o ônibus na região circula somente até às 20h e as aulas noturnas vão até às 22h45, além das brigas de gangues com tiroteios que são frequentes no bairro.

-IEE Gomes Jardim

Aguarda há 10 anos pela cobertura da quadra de esportes.

 

Santa Cruz

-EEEF Bruno Agnes

Muro da instituição está condenado há mais de dois anos. Um dos prédios, a brizoleta, está deteriorada e ameaça desmoronar.

-EEEM José Mânica

Em 2012, o prédio que abrigava as salas de aula teve que ser demolido por rachaduras profundas que comprometiam sua estrutura. No ano seguinte, quatro contêineres foram transformados em salas de aula. A estrutura é muito frágil e as paredes são de gesso acartonado.

O refeitório da escola está improvisado em um outro contêiner, alugado em 2016. Os contêiner tinham validade até 2018. Mas já se passaram três anos e nada foi feito. A cada ano, o prédio vai entortando e cedendo.

Das sete salas, três tiveram que ser ocupadas para abrigar a sala de recursos, biblioteca, informática, supervisão e orientação. Destas, apenas quatro são, de fato, salas de aula.

 

Taquara 

 EEEM Dirceu Marilio Martins

Aguarda troca da fiação elétrica, que possui 40 anos, conserto no telhado e está sem supervisor escolar há dois anos, sem orientador e bibliotecário.

 -EEEM Felipe Marx

Um dos prédios está com a estrutura totalmente comprometida. As seis salas do local estão interditadas, pois há extensas rachaduras que chegam a expor as vigas e o piso das salas de aula está afundando. Desde 2015, a escola aguarda a vistoria da Seduc.

 -EEEM Willibaldo Bernardo Samrsla-CIEP

A caixa d’água há anos ameaça despencar.

 

Três Passos

-IEE Fagundes Varela

Goteiras, buracos no telhado e mofo nas paredes.

 

Tapera

-EEEM Dionísio Lothário Chassot

Há mais de dez anos, a instituição aguarda pela reforma elétrica geral.

 

Santana do Livramento

 

-EEEM Dr. Hector Acosta

Quatro das maiores salas de aula estão interditadas há três anos devido a infiltração e problemas elétricos.

 -EEEM Professor Chaves

Teve o turno da manhã fechado.

 

Rosário do Sul

-EEEM Plácido de Castro

Muro está desabando

 

 

 

 

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