Na última semana, a Caravana do CPERS, que percorreu os 42 núcleos do Sindicato para verificar a situação das escolas estaduais do RS, esteve na EEEF Desidério Torquato Finamor, localizada no bairro Partenon, em Porto Alegre (39º Núcleo). A instituição tem duas salas de aula interditadas devido a goteiras e enfrenta sérios problemas na rede elétrica, que está defasada.
Essa é mais uma entre as muitas instituições visitadas durante a Caravana que evidenciam o descaso do governo Eduardo Leite (PSDB) com a educação pública estadual. Apesar do discurso oficial de que tudo está sob controle, a realidade é outra: as escolas estão precarizadas, enfrentando problemas graves que frequentemente colocam em risco a integridade física de professoras(es), funcionárias(os), estudantes e de toda a comunidade escolar.
Atualmente, a Desidério Torquato Finamor atende cerca de 400 alunas(os) do 1º ao 9º ano, nos turnos da manhã e da tarde. Toda vez que chove, o segundo andar sofre com goteiras por todos os lados. No primeiro piso, uma das paredes chega a se transformar em uma verdadeira cascata de água. O refeitório, por sua vez, funciona somente parcialmente em dias de chuva, devido aos vazamentos que tomam conta do espaço.
Há quase 10 anos, a escola aguarda a reforma do telhado e a substituição da rede elétrica. Giany Rodrigues, diretora da instituição, relata que a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) apenas entra em contato para saber se as aulas podem continuar, sem apresentar prazos para o início das obras. “Eles só dizem que estamos na lista de prioridades”, afirma Giany.
Com os problemas estruturais, a biblioteca acabou se tornando um depósito: o material retirado das salas interditadas é armazenado ali, reduzindo ainda mais o espaço disponível na escola. Por conta das infiltrações, tetos de salas e outros ambientes já apresentam sinais de mofo.
Como se não bastasse, uma terceira sala começa a apresentar falhas. Toda vez que o ventilador é ligado, sente-se cheiro de queimado. “Se essa sala for interditada, não teremos onde colocar os alunos”, alerta a diretora.
Giany lamenta a situação: ano após ano, nada é resolvido. Ainda assim, mantém a esperança de uma solução urgente. “A interdição das salas e as goteiras por toda a escola nos limitam em tudo. Há muitas coisas que gostaríamos de fazer e não conseguimos por falta de espaço. Só não é mais desesperador porque seguimos tocando a escola do jeito que dá”, desabafa.
A Caravana do CPERS percorreu 429 escolas estaduais em 153 municípios, entre os dias 11 de março e 4 de abril. Todas as instituições que apresentaram problemas estruturais ou falta de educadoras(es) serão incluídas em um dossiê que será entregue à secretária de Educação, Raquel Teixeira, além de ser encaminhado à imprensa do Rio Grande do Sul.
Chega de descaso, governador Eduardo Leite (PSDB)! Educadoras(es) e estudantes merecem dignidade, segurança e respeito!
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