Pela segunda vez, em menos de 15 dias, milhares de educadores gaúchos realizaram um grande ato estadual para reafirmar ao governo Sartori que a Greve da categoria continua até que cessem os parcelamentos de seus salários e do 13º. A mobilização, iniciada no dia 05 de agosto, cresce a cada dia. Em todo o Estado, a adesão à greve já chega a mais de 70%.
Professores e funcionários de escola de diversas regiões do Estado concentraram-se, às 7h30, em frente à sede do CPERS. Do local, saíram em caminhada pelas ruas centrais de Porto Alegre alertando à população sobre os motivos que levaram os educadores a decretarem a greve.
Em frente a Secretaria Estadual da Fazenda- Sefaz, os educadores bloquearam o trânsito por 21 minutos, em alusão as 21 vezes que o governo Sartori parcelou os salários dos servidores. As portas da Sefaz estavam bloqueadas pelo Batalhão de Operações Especiais – BOE. Na calçada, foram colados adesivos que destacavam as saídas apontadas pelo CPERS e pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos – MUS, para a crise do Estado: o combate à sonegação (R$ 7 billhões ao ano) e à isenção fiscal (R$ 9 bilhões ao ano) e a cobrança dos R$ 48 bilhões que a União deve ao Estado, referente à Lei Kandir.
“Nossa greve não é pela integralização dos nossos salários. Estamos em greve para que o governo encerre os parcelamentos, para que cumpra com o que prevê o artigo 35 da Constituição, que diz que os salários dos servidores devem ser pagos, integralmente, até o último dia do mês trabalhado e o 13º até 20 de dezembro. O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, não conhece a Constituição? A primeira coisa que deve ser paga não são os fornecedores, mas sim o salário dos servidores. Não vamos mais aceitar o parcelamento. Se o governo continuar com os parcelamentos está colocando em risco o fim do ano letivo. Nós não vamos voltar se o parcelamento não encerrar”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Na próxima sexta-feira, dia 29, será realizada a Assembleia de Mobilização do CPERS, no Gigantinho. Simultaneamente, ocorrerão as assembleias das demais categorias dos servidores que integram o MUS. Um grande ato unificado será realizado após as assembleias, com concentração no Largo Glênio Perez.
Fotos: Carol Ferraz
População está do lado dos educadores
Logo após, os educadores seguiram em caminhada até a Praça da Matriz. Às portas do Piratini, onde novamente o BOE estava a postos, a categoria reafirmou sua disposição de luta e a manutenção da greve dos educadores até o fim do parcelamento de seus salários, a retirada das Propostas de Emenda à Constituição – PECs, que retiram os direitos do funcionalismo, e o pagamento dos juros cobrados pela Banco desde que o pagamento parcelado iniciou.
Mais uma vez, a categoria recebeu o apoio de pais, estudantes, pais e comunidade escolar. Alunos de escolas de diversos municípios do Estado fizeram questão de demonstrar seu apoio através de intervenções artísticas, cartazes e faixas.
Chuva de papel picado, aplausos, buzinaços e acenos foram demonstrados pela população no decorrer da caminhada, como solidariedade à justa luta da categoria.