Educadores fecham as portas da Federasul e exigem audiência, mas governo se esconde


Após reunirem-se em frente à sede do CPERS, em Porto Alegre, educadores de diversas regiões do Estado seguiram em caminhada até a Federasul, onde trancaram as portas de acesso ao local como forma de pressão para que o governo recebesse o Comando Estadual de Greve.
“O vice-governador, José Paulo Dornelles Cairoli, veio desta casa. Este prédio, assim como o da FIES, representa os empresários que sonegam impostos que não entram nos cofres públicos para honrar os nossos salários. Desde 2015, quando o governo começou a alegar a crise, estamos denunciando isso. Hoje, viemos aqui dizer para os empresários que o pagamento do 13º salário, até 20 de dezembro, é um direito nosso. Viemos aqui para dizer que assim como os empresários, que sugam o Estado, impedindo que possamos receber nossos salários em dia, parando as nossas vidas, hoje nós vamos para o funcionamento desta casa”, declarou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer em frente a Federasul.
Os educadores permaneceram no local até o início da tarde, quando seguiram em caminhada até o Palácio Piratini.
No local, professores e funcionários de escola denunciaram o descaso do governo Sartori com os direitos dos educadores e com a educação pública. A categoria já está a 70dias em greve, sem que o governo apresente uma proposta que atenda as principais exigências do magistério estadual: garantia dos salários pagos em dia, até o último dia do mês conforme prevê a Constituição; garantia do pagamento do 13º salário até 20 de dezembro deste ano e abertura de uma Mesa de Negociação para discutir a recuperação das perdas inflacionárias, que já chegam a 21,85%.

 Está nas mãos do governo o término da Greve dos educadores
Em frente ao Palácio do Piratini o Comando de Greve Estadual, mais uma vez, solicitou audiência com o governo. Após alguns minutos de espera, o segurança da casa informou que o governo não teria como atender o Comando hoje e que não há previsão para um novo encontro.
“Em Assembleia, decidimos que continuaríamos em greve e hoje já estamos aqui embaixo de um sol escaldante buscando a negociação para tentarmos resolver o impasse. O governo, que investe forte na mídia, não venha falar que tem responsabilidade com os alunos, pois se tivesse nos recebia e apresentava uma proposta decente. A responsabilidade da continuidade da greve tem nome, endereço e CPF, é José Ivo Sartori. O único responsável para cada a dia mais que estivermos em greve. Queremos somente aquilo que o governo nos retirou nesses três anos: a reposição salarial de 21,85%, pagamento do13º até o dia 20 e a garantia de que não teremos mais nossos salários parcelados. O governo disse que a partir de agora vai endurecer. Nós estamos acostumados, porque a nossa vida já está muito dura esses três anos. Nós queremos uma ação do governo e essa ação é nos receber para uma negociação de verdade. Continuamos na luta”, afirmou Helenir.

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