Eduardo Leite (PSDB) faz propaganda pelo estado dizendo que deu 32% de reajuste para a categoria, mas é mentira!
Precisamos combater a desinformação e desmascarar a crueldade deste governo. 86% dos educadores(as) pagaram o reajuste com dinheiro do próprio bolso, para piorar, funcionários(as) de escola e aposentados(as) sem paridade ficaram de fora da valorização salarial.
Após mais de sete anos sem reajuste e com o poder de compra reduzido para mais da metade da inflação, educadores(as) gaúchos, da ativa e aposentados(as), estão escolhendo entre comer e pagar as contas.
Eduardo Leite (PSDB) ignorou cerca de 25 mil funcionários(as) de escola
“Esse é o pior dos governos, tirou nossos direitos, vantagens e age como se os funcionários não existissem”, diz Cristina Souza, monitora no Colégio Protásio Alves, em Porto Alegre.
Cristina faz parte dos quase 25 mil funcionários(as) de escola que não existem para o governador Eduardo Leite (PSDB) e que ficaram de fora do reajuste concedido ao magistério em janeiro deste ano.
“O governo Leite não tem respeito pelos funcionários de escola. Temos direito ao aumento salarial sim, pois trabalhamos diretamente com os educandos e estamos muitos anos sem reajuste. É uma vergonha essa desvalorização conosco. Estamos cansados e desmotivados. Como vamos ter ânimo para trabalhar se com o salário que temos não conseguimos pagar nossas contas básicas como água e luz, que tiveram um aumento gigantesco nos últimos anos”, desabafa.
A educadora conta que tem vergonha de mostrar seu contracheque e como está cada vez mais difícil honrar as contas básicas do mês.
“Quem está dentro de uma escola sabe como este trabalho exige da gente saúde física e mental, nestas condições está cada vez mais difícil continuar nessa profissão. Nós estamos somente sobrevivendo, não temos dinheiro para nada e ainda ficamos endividados com o Banrisul, pois no final do mês temos que mexer no limite para pagar as contas ou pior, fazer empréstimos, que é o que a maioria dos colegas está fazendo”, destaca Cristina.
Zero de reajuste para os aposentados(as) sem paridade
Nubia Moreira Brodbeck, professora aposentada desde 1994, não recebeu nenhum centavo de reajuste, pois está dentro da parcela dos quase 10 mil aposentados sem paridade.
“A não concessão de reajuste para todos, tem a intenção de dividir a categoria e ter a opinião pública do seu lado. Afinal, a população acredita que ganhamos 32%”, frisa.
Além de reajuste zero, com a Lei Complementar 15.429/2019, aprovada em dezembro de 2019, na Assembleia Legislativa, Nubia voltou a contribuir para a Previdência. Com um desconto de R$410,00 (quatrocentos e dez reais) por mês, a educadora conta que tem que se privar de ter uma vida digna, como merecia após tanta dedicação ao trabalho.
“Faço economia de guerra na alimentação, substituo por itens de menor preço. Lazer nem se fala, nada. Tiro tudo o que não for absolutamente necessário. Vendi meu carro, faz duas semanas, para ao menos ter uma reserva, tenho 70 anos e preciso ter cuidados com a saúde”, observa.
Nubia ainda complementa: “O governo Leite é uma piada de mau gosto, um déspota, um político soberbo, o legítimo representante desta direita bandida que governa o país e a maioria dos estados”.
86% da categoria não recebeu a reposição salarial de 32%
Marcelo Belmiro Bischoff, professor de história na EEEM Engenheiro Parobé, no município de Parobé, já contabiliza 21 anos de trabalho no estado, mas nunca mudou de classe, continua na A. Ele está entre os 10% dos educadores que receberam de 15% a 20% de reajuste.
“O reajuste anunciado pelo governo para a maior parte da categoria é uma farsa. Anunciou 32% de aumento, mas recebi 15%, apenas, ou seja, nem a metade do que os meios de comunicação continuam divulgando. Tem outros colegas que a porcentagem é menor. É vergonhoso e humilhante”, analisa Marcelo.
O professor explica que para dar conta das dívidas e da inflação desses sete anos sem reajuste, a saída é trabalhar cada vez mais.
“A possibilidade de fazer compras à vista são mínimas. Estamos sempre correndo atrás. Para dar conta aumentamos carga horária, trabalhos extras e não é para guardar, mas para sobreviver. Um reajuste honesto ajudaria a aliviar as dificuldades do dia a dia”, desabafa Marcelo.
“Um governo de mentiras e contradições. Destruiu nosso plano de carreira, desvaloriza o aposentado e os funcionários de escolas. Somos humilhados pelo governo e a base aliada na Assembleia Legislativa. Estou chegando na reta final da vida funcional, sem reconhecimento. Somos atacados de todos os lados. Mas nossa luta continua, pois não podemos nos calar”, reflete o educador.
17,72% da categoria receberam de 5,54% a 10% de reajuste salarial
Maria Elisabeth Neves Müller é professora aposentada, dedicou 32 anos da sua vida para o Estado e na hora de receber o merecido reajuste salarial recebeu somente 7%, equivalente a R$ 282,00 (duzentos e oitenta e dois reais), com uma matrícula de 40h.
Mesmo sendo sozinha, e sem ter aluguel para pagar como a maioria da categoria, Beth conta que não conseguiria sobreviver somente com a sua aposentadoria, por isso continua trabalhando em outra profissão.
“É um jogo tão feio, Eduardo Leite tem a mídia do lado dele. Quem não é do magistério pensa que realmente foi dado os 32% de reajuste para todos os trabalhadores em educação, o que não ocorreu”, destaca.
Para a aposentada a gestão de Eduardo Leite (PSDB) é desastrosa e mentirosa, e tem como meta acabar com a educação pública.
“Estou muito furiosa, a situação só piora. O sentimento que tenho é que nós educadores aposentados ou da ativa não temos direito de ter uma casa, um carro, pois com o salário que recebemos mal dá para sobreviver”, mostra Beth.
Dia 15 vai ter luta!
Na próxima terça-feira(15) educadores(as) de todo estado realizam Ato Público, às 10h, em frente ao Piratini, para denunciar a farsa do governo Leite e exigir reajuste de 33,24% para toda a categoria.
“Dia 15 estaremos nas ruas, para cobrar com muita força os 33,24% para os nossos funcionários, para os professores que perderam a paridade e desmentir as mentiras do Eduardo Leite. Nós não queremos somente 5,53%, 7%, 10%. Nós queremos para toda a categoria os 33,24% que a lei nos dá. Espero por você dia 15”, conclama a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.