Dificuldades financeiras e de acesso afetam educadores e estudantes, avalia Comitê de Acompanhamento da Crise Educacional


Foi apresentada na manhã desta sexta (14) a terceira parte dos resultados da pesquisa produzida pelo Comitê Popular Estadual de Acompanhamento da Crise Educacional no RS e pela Associação Mães & Pais Pela Democracia.

Os dados foram coletados entre os dias 23 e 28 de julho através de um questionário online e a terceira etapa corresponde à opinião de mil professoras(es), diretoras(es), supervisoras(es) e orientadoras(es) educacionais da rede pública municipal, estadual e privada de Porto Alegre.


De acordo com os dados, 21% dos professores de Porto Alegre dizem necessitar do auxílio emergencial nesse momento. Em relação às condições para realização das atividades de ensino, apenas 22% dos professores respondentes possuem computador e internet com banda larga. Além disso, 85% dos respondentes afirmaram que estão trabalhando muito mais do que antes.

A socióloga e responsável técnica da pesquisa, Aline Kerber, Presidenta da Associação Mães & Pais, explica que os dados divulgados hoje indicam que professoras e professores da Rede pública estão trabalhando muito mais, e que os dados trazem a realidade da cidade de Porto Alegre e do estado, principalmente em relação às dificuldades do acesso à computadores e internet.

▶ Acesse a apresentação dos dados aqui

Os dados revelam ainda outras dificuldades como a necessidade de revezamento no uso dos equipamentos em casa.

Segundo Angela Spolidoro, coordenadora do Instituto Dakini uma das entidades que compõe o Comitê, o debate nesse momento deve voltar-se às condições indispensáveis para o formato de aulas remotas em vigor. “É fundamental o acesso a equipamentos, à rede de internet banda larga, a uma rotina de trabalho que não leve nossos professores e professoras à exaustão e esgotamento”, ressalta.

Outro dado relevante é a opinião das educadoras e educadores que atuam em Porto Alegre de que a educação infantil deve ser a última etapa à retornar como atividades presenciais.

Esta é a mesma opinião das mães, pais e responsáveis. Rafael Cortes, Doutor em Filosofia e representante da Seção Sindical ANDES-UFRGS, entidade que compõe o Comitê, defende necessidade de que professores e demais membros da comunidade escolar sejam ouvidos. “As autoridades municipais e estaduais, devem traçar estratégias públicas realmente comprometidas com a garantia do direito à educação para estudantes da educação básica no período de pandemia”, avalia.

Acontece a divulgação da quarta e última etapa da pesquisa. Leia as matérias das etapas anteriores:

▶ Pesquisa aponta apagão educacional durante a pandemia
▶ Pesquisa aponta crise educacional e medo de contágio caso escolas sejam abertas

 

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