Dia Nacional da Visibilidade Lésbica: existimos e resistimos


Este 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, marca a luta permanente das mulheres lésbicas por uma sociedade com igualdade de direitos e respeito. Tornou-se data de defesa, organização e luta por políticas públicas específicas e para o reconhecimento da cidadania de mulheres lésbicas, enquanto mulheres que pagam impostos, trabalham, estudam, votam, têm filhos e contribuem para o desenvolvimento de nosso país.

A data tem como objetivo chamar atenção para problemas e particularidades compartilhadas especificamente por mulheres lésbicas, tanto na sociedade quanto também dentro do movimento LGBTQIA+. Alguns desses temas são a lesbofobia, o machismo, a invisibilidade na sociedade e o acesso adequado a serviços de saúde, educação e empregabilidade.

A organização lésbica no Brasil surge no início de 1979, dentro do incipiente Movimento Homossexual Brasileiro (MHB), mais precisamente no grupo Somos, de São Paulo.

Durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), em 1996, o dia 29 de agosto foi estabelecido como o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Desde então, agosto vem se tornando cada vez mais um mês dedicado a eventos e comemorações voltados a esse público tão esquecido e invisibilizado durante o ano todo.

Desde os períodos mais remotos da história da humanidade, as mulheres são invisibilizadas e excluídas do espaço público. Contudo, a organização das mulheres sempre influenciou nos rumos da história. Desta maneira, o controle à sexualidade das mulheres se expressa na falta de atendimento à saúde, nos estupros corretivos, assassinatos, espancamentos, que nem chegam aos noticiários.

Os direitos sexuais e reprodutivos são uma forte demanda das mulheres lésbicas. A invisibilização destas pessoas é perpetuada nos debates e nas políticas públicas referentes a direitos sexuais e reprodutivos, que tendem a refletir normas sociais heteronormativas.

Diretrizes de educação sexual muitas vezes não contemplam relações entre mulheres, cujo afeto é, também, insuficientemente presente na mídia, nos meios de comunicação e em outras manifestações culturais.

Esses fatores tornam ainda mais frágil a proteção de mulheres lésbicas contra doenças sexualmente transmissíveis e à violência sexual. Sem acesso a informação adequada, mulheres lésbicas e bissexuais continuam a manter relações sexuais sem o uso de métodos preventivos.

Lésbicas e bissexuais sofrem cotidianamente por serem desviantes ao padrão heteronormativo. Muitas vezes, a lesbofobia se manifesta por meio da violência sexual. Exemplos recorrentes são o estupro corretivo, o estupro conjugal e, ainda, os casamentos forçados.

Neste dia tão importante para as mulheres lésbicas, o CPERS segue lutando pela defesa dos direitos básicos do ser humano, considerando o direito de ser respeitado pela sua orientação sexual, como um direito tão sagrado quanto todos os outros.

Foto: Paulo Pinto/FotosPublicas

Notícias relacionadas