Neste 20 de novembro, celebramos o Dia da Consciência Negra, uma data que nos convida à reflexão e à ação em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.
Em 2024, celebramos um marco histórico. O Dia Nacional da Consciência Negra foi finalmente elevado a feriado nacional, uma conquista significativa para a comunidade negra e um reconhecimento das lutas incansáveis contra a opressão e pela igualdade de direitos no Brasil. Durante todos esses anos de mobilização, marchamos tendo como um dos principais objetivos tornar o 20 de novembro um feriado nacional, e essa vitória simboliza o respeito e a valorização da cultura e da resistência do povo negro em nossa sociedade.
Este ano marca também os 180 anos do Massacre de Porongos. Não podemos esquecer daqueles que lutaram por sua liberdade e foram traídos por aqueles que prometeram uma vida digna aos lanceiros negros!
Em alusão a essa data tão relevante, o CPERS, por meio de seu Coletivo Estadual de Igualdade Racial e Combate ao Racismo, lançou a campanha “CPERS ANTIRRACISTA: Por uma Educação com Consciência Negra”. A iniciativa busca promover o debate sobre a importância de uma educação que respeite e inclua a diversidade racial, combatendo o racismo em todas as suas formas, dentro e fora das escolas.
Nesta luta, o Coletivo se destaca como um pilar fundamental, atuando para assegurar que cada estudante tenha acesso a um ensino de qualidade, livre de preconceitos, e que valorize suas identidades e histórias. Por meio de sua atuação combativa, o Coletivo busca conscientizar e desconstruir estereótipos, promovendo uma formação crítica e cidadã que se estenda para além dos muros escolares.
No Rio Grande do Sul, a desigualdade racial no campo educacional ainda é expressiva. Dados, reunidos pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), de 2019, mostram que apenas 6,3% das(os) negras(os) no estado concluíram o Ensino Superior, em contraste com 16,4% das(os) brancas(os).
Além disso, a distorção idade-série é um desafio persistente. No Ensino Médio, a taxa de distorção chega a 39% entre estudantes pretas(os), quase o dobro dos 19% observados entre brancas(os). Essas disparidades educacionais repercutem na inserção profissional e na renda. No primeiro trimestre de 2020, a taxa de desemprego entre a população preta foi de 13,5%, enquanto entre brancas(os) foi de 7,2%. Mesmo quando possuem níveis de escolaridade equivalentes, pessoas negras enfrentam desvantagens salariais, refletindo barreiras estruturais à mobilidade social.
Do ensino à ação: a prática pedagógica no combate ao racismo
A luta contra o racismo na educação vai muito além da inserção de conteúdos sobre a história e cultura afro-brasileira no currículo escolar, embora essa seja uma parte importante do processo. A efetiva promoção de um ambiente educacional antirracista exige uma transformação profunda nas práticas pedagógicas e na estrutura das instituições de ensino, onde as(os) estudantes se sintam representadas(os) e respeitadas(os), e onde a diversidade seja celebrada.
Isso significa criar espaços de diálogo, reflexão e troca cultural, e implementar políticas que combatam práticas discriminatórias, como o bullying racial. O reconhecimento da diversidade nas atividades escolares, seja por meio de materiais didáticos, projetos culturais ou celebrações, também é uma maneira eficaz de promover a inclusão.
Neste 20 de novembro, celebremos a riqueza da cultura afro-brasileira e reafirmemos nosso compromisso com uma educação que seja verdadeiramente transformadora. Que o conhecimento seja a chave para romper os grilhões do preconceito, construir pontes de respeito e assegurar um futuro mais justo e inclusivo para todas e todos!