A comunidade da escola rural Ijucapirama, localizada no interior de Jaguari, aguarda há quase um ano pelo conserto dos telhados da instituição, destruídos após um temporal ocorrido em agosto de 2020.
Desde então, mesmo ciente do problema, o governo não realizou os reparos necessários e ainda não sabe dizer quando serão realizados.
“Temos em torno de 70% da cobertura da escola comprometida”, observa a diretora Aida Callegaro Velho, que destaca ainda que as fortes chuvas ocorridas recentemente na região agravaram o problema. “As partes de pré-laje foram acumulando água e agora estão infiltrando e pingando por toda a escola.”
Aida ressalta que desde que o temporal de granizo atingiu a instituição todas as providências foram tomadas pela direção junto a 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e a Secretaria Estadual da Educação (Seduc).
A escola chegou a fazer três orçamentos de material e mão de obra e solicitou o repasse dos recursos via autonomia financeira. Porém, a operação não foi autorizada pela Controladoria e Auditoria Geral do Estado (Cage).
“Então foi encaminhado para a secretaria de Obras (SGO), que fez o levantamento das necessidades e direcionou para licitação. Chamaram a empresa vencedora, mas ao dar ordem de início da obra, desistiram, e assim ocorreu com as demais empresas. Todas desistiram alegando a defasagem dos preços”, explica a diretora.
Na última sexta-feira (9), um engenheiro da secretaria esteve na escola fazendo novo levantamento das necessidades com o intuito de encaminhar novo processo licitatório com valores atualizados. Porém, não deu nenhuma previsão sobre quando devem começar as obras.
O diretor do 29º núcleo do CPERS (Santiago), Leandro Wesz Parise, relata que o sindicato vem acompanhando a situação desde o início e lamenta o descaso do governo. “Estamos cobrando o governo para que seja agilizada a reforma. É inadmissível ficar todo esse tempo esperando. Essa demora só agrava o problema e afeta também a questão pedagógica, visto que não um local seguro para a realização das aulas”, ressalta.
Comunidade pressiona
Devido à falta de estrutura adequada e segura para a realização das aulas, os alunos da escola Ijucapirama seguem em ensino remoto e recebendo as atividades impressas. “Acompanhamos os alunos através do whatsapp e pelo Google Classroom”, explica Aida.
“Queremos que assim que tiver condições para um retorno seguro, a escola esteja pronta para receber nossos filhos novamente. Essa demora toda é um absurdo”, pondera Jair Lena, que tem os dois filhos estudando na instituição.
Inconformado com o descaso com a escola, ele fez uma postagem em suas redes sociais para mobilizar a comunidade.
“Os estragos foram muito grandes e com essa demora toda está deteriorando ainda mais a estrutura. É inadmissível essa deterioração do patrimônio público. Nós vamos continuar pressionando para que a reforma seja feita o quanto antes”, afirma.