Bolachas e suco, isso é o que o CE Professora Margot Terezinha Noal Giacomazzi, do município de Canoas, tem conseguido oferecer como almoço aos seus 1.080 alunos(as), devido à falta de funcionários(as). Atualmente, a escola conta com duas merendeiras e espera pela contratação de mais três, para que a alimentação dos estudantes seja plenamente contemplada.
“É um problema recorrente. A cada seis meses, ou menos, contratam [novos funcionários(as)], depois demitem e não pagam. A última empresa está sem pagar o salário e os direitos”, relata o diretor da escola, Cleber Sganzerla.
Segundo o diretor, a instituição de ensino recebeu uma verba que a partir da próxima semana auxiliará no fornecimento de mais alimentos, mas, sem a contratação de mais profissionais, o problema ainda não será efetivamente resolvido.
A terceirização dos serviços e a falta de concurso público para as áreas de alimentação e limpeza, além de sucatear a educação pública, favorecem o setor privado. Vale lembrar que, em novembro de 2020, o governo de Eduardo Leite (PSDB) contratou mais de mil trabalhadores(as) terceirizados através de 11 empresas, aproveitando o contexto da pandemia e os marcos legais da situação de emergência.
De acordo com estudos feitos pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), cerca de 1,7 milhão (14%) dos gaúchos(as) passam fome. E sabemos, que em muitos casos, a refeição da escola é a única que o aluno(a) terá naquele dia. A falta de pagamento, tanto do salário quanto do vale-transporte, aos trabalhadores(as), também os coloca em situação de insegurança alimentar.
Mais uma vez, o descaso do atual governo afeta a comunidade escolar, prejudicando o aprendizado de centenas de estudantes, e mostrando que, ao contrário do seu discurso, a educação não está sendo a sua prioridade.
O CPERS continuará pressionando para que os direitos dos trabalhadores(as) da educação sejam garantidos e respeitados.
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