CPERS questiona anúncio do governo sobre fechamento de turmas


O secretário estadual de Educação, Luís Antônio Alcoba de Freitas, anunciou nesta quarta-feira (18) que o governo estima fechar 600 turmas em escolas de todo o Estado para o ano letivo de 2017. Segundo Alcoba, a “racionalização” foi motivada “em função do número muito grande de afastamento de professores”. A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, ressalta que os números de pedidos de demissão e aposentadoria devem crescer ainda mais devido aos sucessivos parcelamentos de salários e as condições de trabalho – com professores tendo de assumir mais turmas, com o mesmo número de horas.
“Toda essa desvalorização tem levado muitos servidores a optarem por deixar a rede. Qualquer professor mais novo que tenha ainda possibilidade de buscar outra coisa, está buscando. Os professores ainda com condição mínima de se aposentar, com a proposta de reforma da previdência que vem do governo federal, está correndo para buscar a aposentadoria”, afirma Helenir. Segundo ela, em 33 anos como professora da rede pública, o momento vivido com o governo de José Ivo Sartori (PMDB) é o pior.
O CPERS questiona como o governo chegou a este cálculo antes mesmo do término da época de matrículas, que pode ser diferente este ano devido aos impactos da crise econômica nas famílias. “Quero saber que cálculo está sendo feito para se chegar a essa conclusão (quanto ao fechamento de turmas), porque ainda pode ter alunos migrando da escola particular para a escola pública. É muito temerário fazer uma afirmação dessas, inclusive num momento de férias”, afirma Helenir.
Entre as medidas de reorganização adotadas pelo governo, o CPERS questiona principalmente a multisseriação – alunos de séries diferentes, colocados em uma mesma turma, com apenas um professor. O sindicato vem questionando o governo desde o ano passado sobre a operação. “Quando a gente faz greve a primeira preocupação do governo é sempre garantir que o aluno tenha as 800 horas. Agora, não dá para ter um discurso quando me interessa e outro quando não me interessa. Multisseriação, tu botar um primeiro ano e um segundo ano com uma professora só, essas turmas terão 800 horas? Cada turma terá, no máximo, 400 horas”, resslata.

Fonte: Sul 21

Foto: Joana Berwanger

 

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