Dando continuidade à discussão iniciada em 12 de agosto sobre os Desafios da Aprendizagem Profissional no RS frente à Tragédia Climática, o CPERS participou de reunião técnica realizada pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (9). O encontro aprofundou o debate a respeito de políticas públicas capazes de manter a juventude na escola e de garantir a inserção digna e formal das(os) estudantes no mercado de trabalho.
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O 2º vice-presidente do CPERS e professor atuante da Educação Profissional Técnica, Edson Garcia, compôs a mesa e argumentou sobre a ineficiência do governo estadual em fortalecer a aprendizagem profissional a partir das atitudes controversas da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
“A realidade é que temos alunas e alunos que sustentam suas casas atuando como aprendizes e muitos não possuem sequer transporte público disponível no horário de término das aulas do período noturno, tampouco subsídio no valor da passagem. O governo tem a obrigação de apresentar políticas que dêem suporte aos jovens que vivem esta experiência profissional. Os estudantes não deixam de trabalhar e de estudar porque querem. Muitos, inclusive, estão trabalhando e não estudando porque o governo fecha escolas, não oferece a abertura de turmas de EJA, não autoriza a abertura de novas turmas de Ensino Médio e encerra turnos”, enfatizou o educador.
Na ocasião, Edson destacou também a importância da modalidade de ensinos Médio e Técnico integrados, na qual a formação profissional é incorporada à educação básica. De acordo com o representante da Superintendência de Educação Profissional (SUEPRO), Tomás Marques, apenas 78 das cerca de 2 mil escolas gaúchas ofertam esse modelo.
Para o Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional dos Institutos Federais do Rio Grande do Sul, Lucas Coradini, a proposta educacional em questão tem demonstrado bons resultados. “Acreditamos no modelo de Ensino Médio Integrado em termos de concepção pedagógica, é uma formação humanista e cidadã que tem se mostrado exitosa”, afirmou.
O encontro contou ainda com a participação de estudantes, que levantaram indagações sobre a evasão escolar. “Quando o curso começou, tínhamos um número maior de estudantes, mas uma das coisas que enfrentamos foi a evasão escolar por questões econômicas e outras responsabilidades, como a casa e os filhos. Quais são os planos do governo em torno disso?”, questionou Laura, aluna do Curso de Administração Hospitalar no Centro Social Marista (Cesmar).
Como encaminhamento, a deputada estadual e presidente da Comissão, Sofia Cavedon (PT), agendará uma próxima reunião para tratar sobre o abandono do Ensino Médio por jovens trabalhadoras(es). Além disso, o superintendente da SUEPRO se comprometeu em implementar o Ensino Médio Integrado na Escola Técnica Estadual Parobé, em Porto Alegre.
Fotos: Celso Bender / ALRS