Nos dias 29 e 30 de novembro, dirigentes de sindicatos filiados à CNTE de todo o país reuniram-se em Brasília, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), para a Reunião do Coletivo de Juventude da Confederação. A secretária-geral do CPERS, Suzana Lauermann, participou das atividades.
Suzana reforça que o encontro teve como intuito programar a luta para 2024, reorganizar forças e organizar uma pesquisa sobre o perfil da juventude trabalhadora da educação do Brasil. “Essa pesquisa vai ser aplicada durante o ano de 2024, e através dela teremos uma noção melhor de qual é o perfil desses jovens trabalhadores da educação do país e as especificidades de cada estado. Espero que ela nos ajude a atender como a juventude enxerga as ações dos sindicatos e também nos mostre uma forma de aproximar ainda mais os jovens da luta coletiva”, destaca.
No primeiro dia de evento, mediado pelos coordenadores Bruno Vital (Sinte-RN) e Luiz Felipe Silva (Apeoesp-SP), o encontro debateu aspectos sobre a organização de jovens trabalhadores(as) nos sindicatos e as perspectivas para atrair mais gente para a luta.
Durante o primeiro painel do Coletivo, foi feita uma análise sobre a atuação dos jovens no mercado de trabalho do país. De acordo com o diretor do Departamento de Políticas para a Juventude do Ministério do Trabalho, João Victor Motta, antes de pensar na sindicalização de jovens, é preciso levar em conta as condições de trabalho que os mesmos estão inseridos.
Segundo ele, atualmente, 70% da população jovem, entre 18 e 24 anos, compõe a força de trabalho do país. Entretanto, as condições de emprego em que estes estão são muito precárias, influenciando no interesse destes em se sindicalizarem.
Segundo dia de encontro debate as perspectivas para a juventude trabalhadora da educação
Na quinta-feira (30), último dia do Coletivo de Juventude da CNTE, foi apresentado um balanço e as perspectivas futuras sobre os trabalhadores(as) em educação jovens sindicalizados. O encontro, mediado pelos coordenadores Bruno Vital (Sinte-RN) e Luiz Felipe Silva (Apeoesp-SP), aconteceu em Brasília, no auditório Adelino Cassis, da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF).
“Temos o objetivo de planejar as ações da CNTE e dos sindicatos para a organização da juventude nos estados e fortalecimento dessa participação. Por isso, a nossa discussão ficou bem centrada na pesquisa. Junto com a Escola Nacional Paulo Freire, que vai conduzir esse levantamento, vamos elaborar as perguntas que são mais interessantes, não apenas para um questionário, mas para podermos saber como incidir sobre essas informações e agir sobre elas”, afirmou Bruno.
Durante a mesa de abertura, a secretária Geral da CNTE e vice-presidente da Internacional da Educação (Ieal), Fátima Silva, enfatizou que o maior desafio que os sindicatos possuem diz respeito à permanência e participação dos jovens na luta sindical. Entretanto, reforçou ser preciso ter um diagnóstico da questão, permitindo que os sindicatos trabalhem em políticas para juventude.
“Temos o desafio de fazer que os sindicatos realmente implementem uma política de acolhimento para essa juventude. É preciso cativar os jovens e fazê-los vir para dentro das entidades ainda quando estudantes, pois assim, quando se tornarem profissionais formados, esses já estarão na luta sindical”, destacou.
Pesquisa pretende apresentar perfil do jovem educador
Dando continuidade à construção da pesquisa sobre o perfil dos jovens trabalhadores(as) em educação, Lauro Silveira e Vitor Alcântara, representantes da Escola Nacional Paulo Freire, realizaram várias atividades de reflexão com os participantes do encontro. A manhã do Coletivo foi dedicada para debates sobre a conjuntura atual dos sindicatos e dos jovens que chegam às organizações. Os resultados das discussões feitas servirão de subsídio para uma pesquisa que visa melhorar a organização de trabalhadores mais novos dentro das entidades no Brasil.
De acordo com Lauro, o objetivo foi exercitar a reflexão dos dirigentes sobre os possíveis motivos dos jovens não se sindicalizarem, e a partir do pré-diagnóstico, identificar o que poderia ser feito para o problema ser superado.
“Temos que refletir como isso pode virar uma ação e não termos somente dados soltos. Então, precisamos identificar como os motivos se relacionam e o que pode ser feito para superar as dificuldades. O que será feito a partir dos resultados?”, expressou Lauro.
Outro destaque feito no encontro questionou a posição de protagonismo dos sindicatos em situações que serviram de motivação para filiação. Segundo Vitor, até durante os momentos de fala dos dirigentes no Coletivo, poucos discursos identificaram o papel das entidades nas mobilizações
“O sindicato não aparece, mas ele está por trás. A gente não conseguiu ver nas próprias falas de vocês. Alguns até mencionaram, mas foram poucos. Então, saber como o sindicato pode ser protagonista nas ações para poder mobilizar é algo a ser considerado no questionário”, ressaltou.
Ao final, foi apresentado um cronograma a ser seguido em 2024, para a aplicação, avaliação e apresentação dos resultados da pesquisa. Os questionários deverão ser aplicados entre fevereiro e agosto do ano que vem.
Balanço do ano
Durante a tarde, o Coletivo realizou um balanço sobre as metas estabelecidas no último encontro em 2022, como o levantamento dos dados dos trabalhadores jovens, o concurso Juventude que Muda a Educação Pública, formação sindical dos dirigentes dos coletivos e a organização dos Coletivos e Juventude em cada estado.
Segundo Bruno, alguns desses, apesar de não terem sido concluídos dentro do prazo de execução, estão sendo encaminhados e tiveram a conclusão prorrogada.
“Foram dois dias muito produtivos e com muita coisa para debater. Tomamos as decisões que tinham que ser tomadas, fizemos um ótimo balanço e um bom planejamento. Agora, é só ter a disciplina para conseguir executar todo esse projeto em 2024 e concluir as tarefas pendentes de 2023”, relatou Luiz.
Para Manoel Carvalho, dirigente do Sintese-SE, a construção coletiva de ideias para atrair filiações e o debate sobre estratégias para atrair os jovens na luta, com uma nova linguagem, serão pontos importantes para o fortalecimento do Coletivo de Juventude do seu Sindicato.
“Foram dias de muito conhecimento, e que nos ajudarão a levar mais ideias para os sindicatos”, considerou Joseane Souza, secretária de Juventude do Sinte-PI.
Jennifer Ferreira, dirigente do Sinteal-AL, participou pela primeira vez do Coletivo de Juventude da CNTE, e destacou a importância de mobilizar mais trabalhadores jovens na luta das entidades.
“O nosso coletivo tem apenas quatro membros. Pretendemos ampliar e trazer mais gente para ele. No Coletivo, foi possível estudar um pouco e ter ideias de como ampliar e fortalecer essa organização”, relatou.
Ações propostas para 2024:
- Levantamento do perfil dos jovens trabalhadores em Educação – Durante todo o ano;
- Formação dos coletivos – até fevereiro de 2024;
- Campanha de sindicalização- até abril de 2024;
- Formação para sindicalistas jovens – segundo semestre de 2024, com apresentação de proposta até maio;
- 2ª edição do Concurso Juventude que Muda a Educação Pública- 12 de agosto: Dia Internacional da Juventude;
- Aplicação da pesquisa com trabalhadores jovens da educação- de fevereiro a agosto de 2024;
- Avaliação e planejamento das metas programadas para o ano – Novembro de 2024.
Fonte: CNTE