CPERS leva apoio à comunidade da Escola Brasília após ação abusiva da BM contra professora da instituição


Medo e apreensão. Esse é o clima na EEEF Brasília, localizada no bairro Navegantes, em Porto Alegre, após a ação truculenta da Brigada Militar (BM) contra uma professora da instituição. No dia 29 de agosto, alegando maus tratos, o pai de uma aluna, que também é policial militar e integra a Patrulha Escolar, conduziu a educadora para a Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca) em uma viatura policial. A professora foi retirada da escola durante o recreio, na presença das(os) estudantes.

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Esta ação, além de desrespeitar gravemente a dignidade da educadora, traumatizou estudantes e a comunidade escolar como um todo. A insegurança e o medo, que permeiam os corredores da instituição, diferem do modelo ideal de uma escola pública de qualidade, onde o diálogo, o respeito e a valorização das(os) profissionais da educação devem ser pilares fundamentais.

Na manhã desta quinta-feira (5), o CPERS, representado pela presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, e a diretora-geral do 38° Núcleo da entidade, Terezinha Bulle da Silva, visitaram a escola para levar apoio e reforçar o apoio à comunidade escolar na busca por justiça. 

Durante a conversa com professoras(es) e funcionárias(os) da escola, organizada pelo 38° Núcleo, a presidente Helenir destacou a gravidade da situação. “Esse ataque que a professora sofreu aqui foi um ataque à educação e a todas as escolas do Estado. Se a gente não tiver uma ação bem forte em relação a isso, vai começar a ser normal e a acontecer todos os dias e em todos os lugares. Não podemos permitir”, conclamou a educadora. 

A comunidade escolar da Brasília, que ainda se recupera do trauma das enchentes de maio, agora sofre com este novo ataque no ambiente escolar. O diretor da escola, Nei Colombo, relatou que há preocupação com o bem-estar das(os) estudantes e que a professora envolvida precisou se afastar devido ao abalo emocional com toda a situação. 

“Esse fato é gravíssimo e por isso não irei me calar. Vou denunciar em todos os espaços, porque é essencial que o governo dê uma resposta. Esse foi um ataque ao estado democrático de direito, não podemos aceitar que a nossa integridade seja invadida dessa maneira”, declarou o diretor. 

Nesta quarta-feira (4), durante um evento no Palácio Piratini, o diretor da instituição entregou em mãos para o governador Eduardo Leite (PSDB) uma carta assinada por direções de diversas escolas da capital, que conclama por um posicionamento e uma ação do governo do Estado sobre o caso. Na ocasião, o diretor estava recebendo um prêmio, já que a escola ficou entre as 19 instituições da Rede Estadual com melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 

Helenir reforçou ainda que o CPERS estará ao lado da comunidade escolar em todo o processo, até que a justiça seja feita: “Nós, do Sindicato, estamos em contato constante com o diretor da escola. Ontem, participamos de uma reunião com a secretária de Educação, que contou com a presença da nossa Assessoria Jurídica, para cobrar um posicionamento e um encaminhamento do governo do Estado sobre o tema. Neste encontro, fomos informados que o caso foi enviado à Corregedoria-Geral da Justiça. Na ocasião, reforçamos que esperamos uma punição rigorosa dos envolvidos e exigimos um retorno até esta sexta-feira”. 

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O CPERS seguirá vigilante e firme na exigência de um posicionamento do governo Eduardo Leite (PSDB) sobre o tema e demandando medidas rigorosas, tanto pela Secretaria de Educação, como pela Secretaria da Segurança Pública, para garantir a proteção das(os) envolvidas(os) e a apuração dos fatos, com punição às(aos) responsáveis.

Também acompanharam a visita à escola a deputada estadual e presidente da Comissão de Educação ALRS, Sofia Cavedon (PT), e as representantes do 38° Núcleo (Porto Alegre – Norte): Maria Amália Santos de Oliveira, vice-diretora; Cristina Davi Mazzei, diretora; Olga Regina Viríssimo, diretora; Vívian Zamboni, Conselheira 1/1000; e Elisangela da Silva de Medeiros, Conselheira 1/1000.

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