CPERS articula a luta em defesa da vida e por justiça social em seminário com entidades de todo o Brasil


Nesta quinta-feira (22), o CPERS fez-se presente no seminário preparatório para a “Conferencia Nacional Democrática de Seguridade Social Ampliada ou de Sistema de Proteções Sociais Universais”, que integrará o espaço temático de justiça social do Fórum Social Mundial (FSM) 2021, no dia 28 de janeiro, às 17h.

O objetivo é articular alternativas de enfrentamento à Covid-19, bases para uma sociedade solidária e um estado social de direito com ações que combatam a desigualdade social.

Entidades representativas de diversas regiões do Brasil da área da saúde, direito, educação, trabalho e movimentos sociais integraram a reunião.

Além da direção do CPERS, participaram o Comitê Internacional do Fórum Social Mundial da Saúde e Seguridade Social (FSMSSS), Grito dos Excluídos Continental, Internacional de Serviços Públicos (ISP), CUT Brasil, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), Dieese – SP, Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS), entre outras.

Para o Dr. Armando De Negri Filho, coordenador Geral da Rede Brasileira de Cooperação em Emergências (RBCE) e membro do FSMSSS, que conduziu a reunião, a intenção é constituir um primeiro núcleo de seguridade e proteção social e seguir numa mobilização que possa sustentar a proposta.

“Temos que aprender nessa caminhada a fazer essa articulação entre esses vários campos, criando um novo modelo de seguridade social. A pandemia acelerou os processos de exclusão e desproteção e nos colocou a questão de pensarmos a distribuição da riqueza. Precisamos instalar um projeto de debate social em um processo mobilizador democrático numa agenda política de maior potência”, afirmou.

Representando os educadores gaúchos, a diretora do departamento de Saúde do Trabalhador do CPERS, Vera Lessês, destacou a necessidade de uma grande mobilização dos movimentos sociais no país para firmar a resistência e articular a luta junto à base pelos direitos dos trabalhadores.

“O CPERS é um dos maiores sindicatos do Brasil e estamos nesse movimento de articular a luta junto à base. Na educação, enfrentamos muitas dificuldades. O governo está com verbas congeladas e, durante a pandemia, está implementando a terceirização, aprofundando o sucateamento da educação pública. Somos simpatizantes das conferências populares. Os movimentos sociais precisam se unir e buscar a implementação das políticas públicas sociais daqueles que mais precisam”, asseverou Vera.

Fora Bolsonaro, vacina já e manutenção do auxílio emergencial

O professor do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) e vice-presidente da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (World Federation of Public Health Associations – WFPHA), Luis Eugenio de Souza, explicou que a Associação Brasileira de Assistência à Saúde (ABRAS), na qual integra, está compondo com outras entidades a Frente pela Vida e propôs a articulação dos dois movimentos: “O grande esforço seria articular as questões emergentes e estratégicas”, apontou.

“Estamos vendo em Manaus as pessoas morrendo por falta de oxigênio. É de uma dramaticidade impressionante. Não tem vacina para todos, a situação é crítica. Dentro dessa discussão, a Frente pela Vida está discutindo em fazer uma pauta de mobilização imediata com o mote ‘Vacina para todos já!’, pela retomada do auxílio emergencial e pelo impeachment de Bolsonaro”, completou Luis.

Para o presidente da CUT-RJ, Sandro Cezar, o fortalecimento dos movimentos sociais é essencial na defesa dos direitos da classe trabalhadora brasileira, na luta por vacina já e pela manutenção do auxílio emergencial.

“Nós, brasileiros, estamos nesse processo de distribuição de vacina e ter auxílio governamental significa ter o que comer. Por isso a luta por vacina para todos e pelo auxílio emergencial. É muito acertado que possamos realizar essa conferência nesse momento histórico do Brasil”

“Se a gente quer retomar forças para que essa luta avance, é importante fazermos um levantamento sobre esse conceito de seguridade social. A pandemia mostrou a necessidade dessa proteção interseccional articulada”, declarou Denise Motta Dau, secretária sub-regional da  Internacional dos Serviços Públicos (ISP – Brasil). 

A coordenadora da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo, Carmen Cecília, a Caci, levantou a necessidade de colocar em pauta a representação do povo negro, indígena e quilombola e articular a luta pelo impeachment e por vacina o mais breve possível.

“Deveríamos em um primeiro momento estarmos articulados na luta pelo impeachment e na quebra da patente das vacinas. Me pergunto se esse processo é mais rápido”

Para o conselheiro e diretor do SindSaúde-SP, Benedito Augusto, é necessário discutir a seguridade social nesse bojo para se evitar uma tragédia social.

“Estamos vivendo sob ataque. Há um desmonte na saúde e assistência social. Precisamos discutir seguridade social nesse contexto para entender a proteção social como um todo e enfrentar o fascismo num ano mega difícil com o colapso da saúde, reforma trabalhista e os ataques à previdência”

“É um processo longo, tem que ter uma visão de totalidade do movimento e de uma seguridade que engloba diversos setores. Não há seguridade se não tem distribuição de renda. Só haverá seguridade social se forem vencidas as desigualdades”, afirmou o Secretário do Grito dos Excluídos continental, Luiz Bassegio. 

No fim da reunião, foi definida a elaboração de um documento introdutório a ser apresentado no FSM 2021 e apresentação do conceito de seguridade social, com falas das várias dimensões articuladas (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, entidades da saúde, trabalho, emprego, entre outros) e uma ampla divulgação da atividade pelas redes.

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