Comunidade escolar de Portão resiste e impede fechamento de turno da EEEF Pedro Schuler


Nesta segunda (10), às vésperas de iniciar o ano letivo, a comunidade escolar da EEEF Pedro Schuler, em Portão, recebeu a notícia pela qual lutou incansavelmente: não haverá o fechamento de nenhum turno da escola.

A instituição, que há 81 anos atende a alunos da cidade e da região, nos turnos da manhã e da tarde, recebeu, no início de janeiro, o comunicado da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de que o turno da tarde seria encerrado.

Decididos a não permitir que a ameaça se concretizasse, arregaçaram as mangas e realizaram uma série de ações para denunciar arbitrariedade do governo Leite e reverter a medida.

A primeira atitude, em parceria com a direção do 14º núcleo do CPERS (São Leopoldo), foi realizar uma reunião com a comunidade escolar. A escola abriu as portas para esclarecer as consequências que o encerramento de um dos turnos traria e destacar a importância da mobilização.

“Mães, pais, avós e tios vinham conversar conosco preocupados e não mediram esforços para impedir o fechamento do turno da tarde. Se cancelassem as aulas neste período, teríamos mais de 200 estudantes em um único turno. Seria extremamente complicado, ainda mais por estarmos aguardando uma reforma elétrica desde 2013”, explica a diretora da instituição, Jurandara Coletti.

A comunidade abraçou a causa e, de mãos dadas com os educadores(as), realizou panfleteações no entorno da instituição e pelas ruas do bairro, coletando assinaturas para o abaixo-assinado que posteriormente foi entregue ao Ministério Público local e à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, junto com um documento que expunha o repúdio à tentativa do governo de encerrar um dos turnos.

“Os alunos realmente vestiram a camiseta. Mesmo em férias, no forte do verão, foram em busca do apoio da comunidade e conseguiram um grande número de assinaturas”, recorda a vice-diretora da escola, Simone Michels.

Para dar mais visibilidade às denúncias, com o apoio do 14º núcleo o grupo foi à rádios e jornais da região expor sua inconformidade. Além disso, a direção da escola levou a gravidade do cenário à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e à promotora de Justiça e Educação do Ministério Público, Luciana Casarotto.

“O CPERS não mediu esforços para que tivéssemos sucesso nessa caminhada. Foram muitas idas a Porto Alegre, mas com final feliz. Escola e comunidade juntas, é uma parceria que dá certo. Graças a isso, a Pedro Schuler permanece com as portas abertas o dia inteiro e está recebendo matrículas para todas as séries”, celebram Jurandara e Simone.

“Foi um movimento muito forte de toda a comunidade escolar. Um envolvimento muito bonito em defesa da escola”, avalia o diretor do 14º núcleo do Sindicato, Luiz Henrique Becker.

Diante da ameaça, a resistência

A mobilização dos educadores(as) e da comunidade escolar vem impedindo o avanço das arbitrariedades do governo na região. Recentemente, no município de Feliz, a resistência de professores(as), funcionários(as), pais e estudantes também impediu que ocorresse o fechamento de turno da escola Saturnina Ruschell.

De acordo com levantamento feito pelo núcleo do CPERS em São Leopoldo, há ainda pelo menos três escolas em São Leopoldo e duas em Novo Hamburgo que estão sob ameaça de encerramento de turnos (veja quadro abaixo).

“Enquanto os ataques continuarem, a nossa luta não irá cessar. Seguiremos com a pressão e a mobilização necessária para impedir os ataques à escola pública, sempre de mãos dadas com a comunidade escolar”, afirma Becker.

Escolas sob ameaça do governo:

-São Leopoldo:

Mario Sperb

Mario Quintana

Hillebrand

-Novo Hamburgo:

Kurt Walzer

Keli Meise Machado

 

Defenda sua escola

O governo investe pesado no desmonte da educação pública, tentando incansavelmente fechar turnos e turmas, encerrar o EJA e fazer enturmações ou multisseriações. Abaixo, seguem as orientações do CPERS para as escolas que estejam enfrentando essas situações:

 

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