
Pais, alunos, professores e funcionários de escolas de Guaíba participaram, nesta quarta-feira, dia 12, de atos e reuniões da Caravana do CPERS – na luta pela Educação Pública. Representantes do Sindicato e dos aposentados visitaram escolas para esclarecer à comunidade escolar que devido ao total descaso do governo com os educadores e demais servidores públicos, estão ocorrendo manifestações por todo o Estado. O objetivo das Caravanas é o de ouvir a base da categoria e mobilizar a mesma para garantir que nenhum direito seja retirado.
No Instituto de Educação Gomes Jardim, situada no Centro da cidade, professores, funcionários e alunos realizaram uma caminhada pelas principais ruas da cidade. Após 23 anos de trabalho na instituição, hoje foi a primeira vez que a merendeira Antônia Maria Dorneles dos Reis participou de uma mobilização. O motivo? A solidariedade aos colegas professores. “Eu não fui atingida pelo parcelamento do salário, mas muitos dos meus colegas foram. Por isso, estou participando. Não acho justo. Trabalhou, tem que receber direitinho. A situação está um caos”, declarou.
A caminhada seguiu até a Coordenadoria Regional de Educação, onde foi entregue aos responsáveis um documento que pede a intervenção da Coordenadoria junto ao governo para que os salários dos educadores sejam pagos em dia e na íntegra.
No pátio da escola Izaura Ibanez Paiva, na Vila São Jorge, pais, alunos e educadores ouviram atentamente as informações repassadas pelo CPERS. “Quando assumiu o governo, Sartori aumentou seu próprio salário e o de seu secretariado. Logo após, anunciou a crise e, desde então, vivenciamos um clima de incertezas sem saber sequer se teremos os nossos salários pagos em dia. O governo não está respeitando nossos direitos. Pedimos a compreensão e o apoio de vocês nesse momento”, explicou o secretário geral do CPERS, Edson Garcia.
A Caravana também esteve com os educadores do CIEP e expôs os objetivos das mobilizações e a importância de manter a unidade da categoria. A diretora da instituição, Carla Rodrigues Salazar, afirmou que a comunidade escolar está mobilizada. “Nossa escola, pelo elevado número de contratados, não tinha o costume de mobilizar. Mas, desta vez, os próprios professores vieram manifestar o interesse”, observou.
A comunidade escolar também foi informada que no próximo dia 18, às 9h30, no Gigantinho, será realizada a Assembleia Geral do CPERS. E, no mesmo dia, às 14h, no Largo Glênio Peres, ocorrerá a Assembleia Unificada dos Servidores Públicos que definirá sobre a greve do funcionalismo público estadual.
Precariedade e insegurança
Em uma das escolas visitadas, a Otero Paiva Guimarães, localizada no bairro São Francisco, os representantes do CPERS receberam o apoio dos educadores quanto às mobilizações e ouviram o relato sobre a triste realidade de insegurança e abandono vivenciada na instituição. “A crise do Estado não é de nossa responsabilidade. O governo tem o dever de nos oferecer condições mínimas necessárias para oferecermos uma educação de qualidade. Há anos lutamos para que um dos nossos pavilhões seja reerguido, mas não temos nenhum retorno. Tivemos que remanejar os espaços das salas de aula para cerca de 300 alunos. Estamos ocupando o refeitório e a sala de informática, por exemplo. Além disso, temos um grave problema de insegurança”, relatou a diretora Eveline Mulik Moraes.
A diretora do CPERS, Íris de Carvalho destacou à diretora e aos educadores da instituição que o Sindicato será parceiro na busca de soluções para os problemas relatados. “Temos de nos unir para mudar a realidade das nossas escolas e a desvalorização dos educadores. Este momento tem que ser o de mostrarmos nosso potencial de luta”, afirmou.