Comando de Greve exige negociação dos dias parados


O Comando de Greve tomou a iniciativa de buscar, na manhã desta segunda-feira (23), uma audiência com o secretário da Educação, Faisal Karam, e entregou um ofício exigindo a abertura de uma mesa de negociação.

Em pauta, o pagamento dos dias parados e a recuperação das aulas, bem como o respeito à autonomia das escolas na construção do calendário letivo e a não perseguição dos grevistas – contratados(as) e efetivos(as).

A greve é um direito de todo trabalhador e as aulas só serão recuperadas mediante acordo de greve assinado entre as partes.

Corte de ponto

O secretário informou que a folha de dezembro foi processada com os pontos cortados. Mas sinalizou para a possibilidade de diálogo na próxima semana, após o retorno do recesso de servidores(as) da Fazenda e do Planejamento.

O Comando reivindicou que o pagamento seja realizado em folha suplementar, prática recorrente em mobilizações passadas. Como o governo nem sequer paga os salários em dia, levando até 45 dias para quitar a folha, os efeitos práticos do corte ainda podem ser revertidos.

A persistência em penalizar educadores(as) coloca em risco a conclusão do ano letivo e a formação de milhares de estudantes. Estamos abertos ao diálogo, falta Eduardo Leite mostrar disposição para negociar. A retomada das aulas depende apenas do governo.

Esperamos que o governador tenha, com o alunado e suas famílias, a responsabilidade que lhe falta com os trabalhadores(as) da rede estadual.

Independente do posicionamento do Piratini, a luta continua. Foi a força da nossa categoria que levou o governador a adiar a votação da maior parte dos projetos. Será a nossa força que criará as condições para derrubar o pacote de destruição da educação e dos serviços públicos.

Janeiro será um mês de mobilização intensa, com visita às escolas, diálogo com a base, panfletagem e preparação para a possível votação dos demais projetos.

Caso o governador convoque sessão extraordinária da Assembleia Legislativa em janeiro, o CPERS comunicará imediatamente a data de nova Assembleia Geral para fortalecer a luta pela retirada do pacote.

Não daremos paz a Eduardo Leite. O Comando de Greve permanece mobilizado antes, durante e após o recesso de fim de ano. Qualquer novidade será imediatamente comunicada à categoria.

Avante educadores(as)!

 

Relembre as propostas aprovadas na Assembleia do dia 20

1. Manter a greve para negociar o pagamento do salário e suspende-la após acordo assinado que condiciona a recuperação das aulas ao pagamento dos dias parados. Respeito à autonomia das escolas na construção do calendário de recuperação das aulas;

2. Visita às escolas e plenárias nas regiões dos(as) deputados(as) da base do governo;

3. Assembleia Geral, no caso de ser convocada sessão extraordinária da Assembleia Legislativa;

4. Panfletagem em espaços de aglomeração de pessoas nos núcleos, fazendo a denúncia do pacote de Leite e sua retirada, bem como a defesa da escola pública e do serviço público;

5. Campanha de denúncia contra o governo Leite que articula a privatização da escola pública estadual através da Fundação Lemann e outras organizações;

6. Elaborar estudo e organizar a categoria para resistir ante a imposição da nova matriz curricular;

7. Denunciar os partidos e deputados(as) que votaram a favor do PLC 503 e fortalecer a pressão e vigilância sobre os mesmos, considerando a posição destes em relação aos demais projetos do pacote;

8. Reafirmar nossa posição contrária à municipalização das escolas públicas estaduais.

 

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