Teto caindo e salas de aula, banheiro, além do banco de livros interditados. Esse é o cenário que ilustra o abandono do IEE Professor Diehl, de Quaraí, sob a gestão de Eduardo Leite/ Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, visitou a escola, na última sexta (20), e constatou de perto os graves problemas enfrentados pela comunidade escolar há quase três anos.
Em agosto de 2019, uma parte do teto no corredor do segundo piso da escola desabou, o que fez com que três salas de aula, um banheiro de alunos(as) e um espaço – onde ficam armazenados os livros didáticos – fossem interditados.
“Por sorte, na hora do desabamento, os estudantes estavam no recreio. Se tivesse pego alguém, poderia até vir a óbito”, explica a diretora do IEE Professor Diehl, Núbia Carvalho da Rosa.
Desde então, os laboratórios de Ciências e Matemática estão sendo utilizados como salas de aula, mas são inadequados, já que os bancos são altos e sem encosto para os alunos(as) terem aulas por horas a fio. “É frequente a queixa dos estudantes de dores nas costas”, expõe a diretora.
Núbia explica que já houve uma licitação e a empresa que ganhou desistiu, pois o valor orçado foi baixo. Pela demora do processo, os preços dos materiais aumentaram.
“A contratada não teve condições de manter o preço e fazer a obra. A Seduc diz que já foi realizada uma segunda licitação e que só falta a ordem de execução. Mas nada acontece”, desabafa Núbia.
A presidente do CPERS avalia a grave situação da escola e expõe, com preocupação, o risco de acontecer outro desabamento na instituição de ensino.
“Uma parte do teto caiu e, por sorte, as crianças estavam no recreio. Mas, no outro lado do mesmo corredor, tem o mesmo problema; logo, deverá cair outra parte do teto. Mesmo sabendo do perigo, lamentavelmente, a Seduc não toma nenhuma providência”, afirma Helenir.
Núbia diz que o descaso do governo é sentido por ela diariamente. “O abandono do governo conosco se comprova quando nossos alunos estudam em salas improvisadas, em más condições. Quando temos salas que comportam 40 alunos interditadas e não podemos agilizar a reforma por burocracia, já que existe verba extraordinária para pequenas reforma.”
Educadores trabalham à exaustão por falta de RH
“De acordo com a Seduc, não há falta de Recursos Humanos, porém, os critérios são desumanos, não atendem a realidade das escolas”, afirma a diretora Núbia.
O instituto atende mil estudantes, em três turnos, sendo a maior escola de Ensino Médio da região. Diariamente, são oferecidas em média 800 refeições, com apenas 4 merendeiras.
“As meninas começam às 7h da manhã e acabam de limpar o refeitório às 23h da noite. Como nosso refeitório é pequeno, as refeição são servidas o tempo todo”, explica a diretora.
Merendeiras sobrecarregadas, o mesmo acontece com as secretárias da escola, que são massacradas por um ritmo acelerado de trabalho. “Nossa escola não para de emitir documentos, a demanda de ex-estudantes e dos atuais é muito grande”, define Núbia.
A diretora explica que o agente financeiro da escola e a direção também estão sobrecarregados. “Tá enlouquecedor o nosso ritmo de trabalho, está insuportável. Nosso pessoal está adoecendo”, ponderou.
Para Núbia, a saída para desafogar as demandas administrativas era ter um agente administrativo. “A Seduc tem que criar um cargo, pois, o diretor não dá conta de fazer tudo”, destaca.
Outra crítica da diretora é que tudo que é feito na escola é com o ID do diretor. “Assumimos responsabilidades por coisas que não fizemos. A Seduc fica toda hora lembrando que se der algum problema é o diretor que vai responder”, afirma.
E finaliza: “A sensação é de que quem decide sobre os recursos e os rumos da educação gaúcha desconhece totalmente a realidade das escolas”, conclui Núbia.
O CPERS segue atento às demandas das escolas estaduais e denunciando o descaso do governo Eduardo Leite/Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) com as comunidades escolares, professores(as) e funcionários(as) de escola.