Mais uma vez o Conselho Nacional de Educação (CNE), deformado e destituído de sua representatividade no Governo Temer, mostra que serve a interesses privados e não à sociedade. Após consulta pública realizada em pleno 2º turno do processo eleitoral, sem qualquer transparência sobre as sugestões recebidas, o CNE aprovou a resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Entre outras propostas contrárias à opinião de especialistas e entidades educacionais, o documento regulamenta o Ensino à Distância para até 30% do currículo do Ensino Médio.
Quantas escolas têm laboratórios de informática atualizados? Quantos alunos de escola pública têm acesso fácil a internet de qualidade? Se os(as) jovens ficarem em casa para estudar, como os(as) pais vão trabalhar? Para viabilizar essa proposta antipedagógica, só há uma solução: terceirizar as aulas à distância.
A aprovação é desastrosa para a educação pública e abre as portas para a demissão em massa de educadores(as). Mas é excelente para os grupos privados e multinacionais da educação que querem abocanhar parte significativa do orçamento destinado à escola pública, responsável por 86% das matrículas de Ensino Médio no país.