A cesta básica de Porto Alegre permanece como a quarta mais cara do país, mesmo com a redução de -2,12%, em fevereiro de 2023, segundo aponta a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O conjunto básico de alimentos custou R$ 741,30 aos bolsos dos gaúchos e gaúchas no mês passado.
Porto Alegre ficou atrás somente de grandes metrópoles como São Paulo, com o valor de R$ 779,38, seguida por Florianópolis (R$ 746,95) e Rio de Janeiro (R$ 745,96).
O estudo mostra que na comparação dos valores da cesta, entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023, todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 3,91%, em Vitória, e 15,33%, em Belém.
No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em 10 dos 13 produtos da cesta: no leite (32,40%), na farinha de trigo (29,15%), na manteiga (26,90%), no pão (23,24%), no arroz (22,54%), no café (10,64%), na batata (9,33%), na banana (5,48%), na carne (2,32%), e no açúcar (2,00%). Apenas três itens ficaram mais baratos: o tomate (-13,49%), o óleo de soja (-7,62%) e o feijão (-0,85%).
Aumento dos produtos
O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 11 das 17 capitais onde o DIEESE realizou a pesquisa. Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, os maiores percentuais de alta foram registrados nas cidades do Nordeste: Recife (7,61%), João Pessoa (6,80%), Aracaju (6,57%) e Natal (6,47%). Já as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Sul: Curitiba (-0,50%), Porto Alegre (-1,08%) e Florianópolis (-1,11%).
Dos 13 produtos pesquisados, sete itens registraram alta: o leite (6,47%), o arroz (4,50%), o feijão (4,15%), o pão (3,46%), o açúcar (1,78%), a carne (0,82%), e a manteiga (0,70%), e seis registraram queda de preço: a batata (-20,14%), o tomate (-18,48%), a banana (-5,99%), o óleo de soja (-6,05%), a farinha de trigo (-0,81%) e o café (-0,28%).
Cesta Básica X Salário Mínimo
O Dieese estima que, no mês passado, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.547,58, ou seja, 5,03 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.302,00. Em janeiro, o valor necessário era de R$ 6.641,58 e correspondeu a 5,10 vezes o piso mínimo.
A pesquisa ainda mostra que, em fevereiro de 2023, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo Piso Nacional comprometeu em média 56,33% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em janeiro, 57,18% da renda líquida. Em fevereiro de 2022, o percentual ficou em 56,11%.