Cesta básica de Porto Alegre corrói 68,57% do salário do trabalhador


Passou da hora do governo Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) pagar o que deve aos educadores(as) e demais servidores(as).

Comprometendo o bolso do trabalhador(a) no valor de R$ 768,76, a cesta básica de Porto Alegre é a terceira mais cara do Brasil, atrás apenas de São Paulo (R$ 777,93) e Florianópolis (R$ 772,07). Quem ganha um salário mínimo teve 68,57% dos seus proventos corroídos em bens alimentícios.

É o que aponta levantamento, divulgado nesta quarta-feira (8), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

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Considerando o custo, o Dieese estima que, em maio, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. 

O cálculo leva em conta a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Já a jornada de trabalho para comprar a cesta equivale a 139 horas e 32 minutos. De acordo com o levantamento, o valor do conjunto de bens alimentícios básicos registrou queda de 1,55%. Porto Alegre seguiu a tendência.

Dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais, cinco ficaram mais baratos em maio em Porto Alegre: o tomate (-19,96%), o arroz (-0,88%), o feijão (-0,82%), a carne (-0,62%) e o açúcar (-0,44%). Por outro lado, oito itens ficaram mais caros: a batata (8,51%), a banana (5,49%), a farinha de trigo (5,41%), o óleo de soja (3,89%), o leite (3,52%), o café (2,35%), o pão (1,05%) e a manteiga (0,56%).

Nos primeiros cinco meses do ano, a cesta acumula alta de 12,57% na Capital. Os 13 produtos pesquisados registraram alta nesse período: a batata (62,50%), o leite (31,05%), a farinha de trigo (26,88%), o óleo de soja (21,74%), a banana (20,44%), o café (18,27%), o pão (15,88%), o tomate (9,42%), a carne (6,82%), a manteiga (6,05%), o arroz (5,85%), o feijão (5,27%), e o açúcar (0,67%).

Já em doze meses, a cesta básica registrou alta de 20,69% em Porto Alegre. Nesse último ano, onze itens ficaram mais caros: o café (64,58%), o tomate (40,57%), a batata (37,84%), o açúcar (34,23%), o leite (33,87%), banana (28,34%), o óleo de soja (26,63%), a farinha de trigo (25,27%), o pão (20,79%), a carne (15,38%) e a manteiga (14,85%). O arroz (-15,20%) e o feijão (-3,39%) ficaram mais baratos.

CESTA BÁSICA Porto Alegre – Números de maio 2022:
• Valor da cesta: R$ 768,76
• Variação mensal: -1,55%
• Variação no ano: 12,57%
• Variação 12 meses: 20,69%
• Jornada necessária para comprar a cesta básica: 139 horas e 32 minutos.
• Percentual do salário mínimo líquido para compra dos produtos da cesta: 68,57%
• Salário Mínimo Necessário deveria ser de R$ 6.535,40 ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212.

Foto de capa: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

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