Sobrecarga de trabalho, salário desvalorizado, falta de educadores(as) e escolas largadas. O CPERS pegou a estrada novamente e atestou a incompetência do governo Eduardo Leite (PSDB) em garantir o mínimo para a educação pública gaúcha.
Nesta terça (22), dirigentes do Sindicato desembarcaram nas regiões de Santiago (29º), Montenegro (5°) e Ijuí (31º) para desmascarar as mentiras que o governador espalha aos quatro cantos, incluindo o falso reajuste de 32%.
“Os funcionários das nossas escolas estão sobrecarregados, há uma incidência de muito trabalho em decorrência da falta de servidores. Por isso, precisamos estar nas ruas, precisamos denunciar o descaso com o salários e a saúde dos nossos funcionários”, declara a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, que estava acompanhada do diretor do 29º Núcleo, Leandro Wesz Parise.
O CE Monsenhor Assis, por exemplo, conta com somente três merendeiras no turno da manhã, duas à noite e dois funcionários durante o dia para atender cerca de 700 alunos em turno integral, do Ensino Fundamental ao Médio, em Santiago.
Para piorar, a Monsenhor Assis é uma das escolas piloto no novo Ensino Médio e está formando os primeiros alunos(as) nos novos itinerários formativos. Em conversa com os professores(as) do colégio, a opinião é unânime: os estudantes da escola pública são os mais prejudicados.
“Nós temos um sonho de ver nossos alunos na universidade, se tornando médicos, engenheiros ou o que eles quiserem ser, mas essa reforma do ensino médio não vai mais permitir. Nossos alunos estarão em desvantagem aos alunos das universidades e esse sonho vai acabar”, afirmou Helenir.
Em Montenegro, a falta de educadores(as) também é um problema. Em 17 escolas estaduais da região, 13 faltam professores(as).
Problemas na estrutura comprometem escola de Ijuí
Com rachaduras históricas e parte da estrutura interditada há cerca de dois anos, a EEEM Ruy Barbosa, Ruyzão, de Ijuí, é mais um retrato do descaso do governo Leite com a educação.
Por causa dos problemas estruturais, cinco salas de aula e mais o laboratório de Biologia foram comprometidos em um dos prédios da escola; no outro, a cozinha, o refeitório e dois banheiros estão interditados. Ainda não há previsão de quando o problema será resolvido.
“Foi aberto um processo licitatório, a primeira empresa desistiu; a segunda teve problemas com o documento. Agora, o Estado passou a verba para a escola, que está localmente fazendo o contato com a empresa para resolver o problema. A nossa angústia é que a gente não sabe quando isso vai terminar”, explicou o vice-diretor da EEEM Ruy Barbosa, Vander Samrsla.
Educadores mobilizados para a Assembleia Geral
Além de ouvir a base, a Caravana tem o propósito de mobilizar a categoria para resistir aos ataques do governo.
Não à toa, o CPERS marcou a sua Assembleia Geral em 1º de abril, Dia da Mentira, para coroar o governador Eduardo Leite (PSDB) como o maior mentiroso da história do Rio Grande do Sul.
“A última semana da Caravana mostrou-se muito satisfatória na medida em que a categoria percebe com clareza as mentiras de Leite, a necessidade de recolocar o debate à questão salarial, a luta contra o novo Ensino Médio e a defesa intransigente do IPE Saúde. O CPERS está mais vivo que nunca, iremos construir um projeto para mudar o país e o estado com a força dos trabalhadores em educação”, asseverou o 1º vice-presidente, Alex Saratt.
“Foi visível nos olhos da categoria essa necessidade de informação. Essa vontade de luta e de organização para encarar todas as nossas dificuldades. O sentimento é de que a organização para a Assembleia Geral será grande; iremos mostrar a força da categoria”, destacou a secretária-geral, Suzana Lauermann, que foi acompanhada por Daniela Marckevitz, vice-diretora do 31° Núcleo.
Para o diretor Leonardo Preto Echevarria, a Caravana serve como instrumento de luta e unidade pela valorização de todos os educadores(as), sobretudo diante da tentativa do governo em dividir a categoria.
“É muito importante a participação dos sindicalizados; filiamos algumas pessoas e percebemos uma enorme dúvida da categoria em função dessa reposição que busca dividir os educadores. Mas funcionários e professores sabem que Leite Mente e faremos uma grande mobilização na Assembleia Geral”, explicou.
“Mesmo que Leite tente, ele não irá dividir a categoria. Professores e funcionários de escola têm que estar juntos para impedir que nossos direitos, duramente conquistados, sejam exterminados por esse governo”, afirmou a dirigente Juçara Borges, acompanhada da diretora do 31º Núcleo, Teresinha Mello.
Escolas visitadas nesta terça (22):
> Região de Santiago (29º)
Escola Thomás Fortes
Escola João Aquino
Colégio Estadual Cristóvão Pereira
Colégio Estadual Monsenhor Assis
Escola Boqueirão
Colégio Estadual José Benincá, Nova Esperança do Sul
Escola Ijucapirama, Jaguari
Instituto Professora Guilhermina Javorski, Jaguari
Escola São Vicente, São Vicente do Sul
Escola Estadual de Ensino Médio São Vicente> Região de Montenegro (5°)
CIEP Montenegro
EEEF Dr. Jorge Guilherme Moojen
EEEF Iara Ferraz Gaia
EEEF Álvaro de Moraes
EEEF Aurélio Porto
CE A.J. Renner
EEE Manoel de Souza Moraes
EEEM Erni Oscar Fauth, Brochier
CE Eng Paulo Chaves, Maratá
EEEM São José do Maratá, São José do Sul
>Região de Ijuí (31º)
EEEF Luiz Fogliatto, Ijuí
EEEM São Geraldo, Ijuí
EEEM Ruy Barbosa, Ijuí
CE Modelo, Ijuí
EEEF Alice Couto, Ijuí
EEEF Chico Mendes, Ijuí
IEE Guilherme Clemente Köehler, Ijuí
ETE 25 de Julho, Ijuí
EEEM Emil Glitz, Ijuí
CE Comendador Soares de Barros, Ajuricaba
EEEF João Carlini, Ajuricaba
EEEF Barão do Rio Branco, Catuípe
CE Catuípe, Catuípe
CE José Lange, Augusto Pestana
CE Antônio Mastella, Joia
EEEM Agostinha Dill, Condor
EEEB Poncho Verde, Panambi
EEEM José de Anchieta, Panambi
EEEM Pindorama, Panambi
EEEF Adolfo Kepler, Panambi
EEEF Hermann Faulhaber, Panambi
EEEM Paulo Freire, Panambi