Resultados de um recente estudo realizado pelo Dieese revelaram que o Brasil está sofrendo com a maior taxa de juros reais do mundo, com impressionantes 13,75%, desde agosto de 2022.
Essa situação alarmante tem um impacto direto no dia a dia de todos os brasileiros(as) que trabalham arduamente para garantir o sustento de suas famílias. Com uma taxa tão exorbitante, o crescimento econômico é sufocado, a geração de empregos é prejudicada e, para piorar, os trabalhadores(as) sofrem com o aumento do endividamento.
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O documento aponta que apenas o sistema financeiro lucra com a taxa Selic alta, que é a taxa básica de juros da economia. Segundo o Dieese, os cinco maiores bancos do país obtiveram lucro líquido de R$106,7 bilhões, em 2022.
Os endividados são penalizados com a cobrança abusiva de juros, uma vez que a taxa Selic é referência para o sistema financeiro. Quanto mais alta for essa taxa, que é definida pelo Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto, mais as instituições financeiras aumentam os juros cobrados em linhas de crédito como financiamentos, empréstimos, cartão de crédito, cheque especial e até mesmo as prestações da casa própria. Dessa forma, dificulta cada vez mais o acesso ao poder de compra de quem mais precisa.
Os educadores(as), que estão sem um reajuste digno há anos, recorrem aos financiamentos para conseguirem sobreviver e dar o mínimo de sustento às suas famílias. Isso faz com que eles acabem se afundando em dívidas com as instituições bancárias.
Assim, a produção diminui, os preços decolam e o consumo despenca afetando a arrecadação da União (estados e municípios). Isso dificulta a entrega de políticas públicas para os que mais necessitam, escancarando ainda mais a desigualdade no país, com a falta de empregos e condições de trabalho precárias.
A justificativa do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), para manter a taxa alta é a de controlar a inflação. No entanto, a inflação está em queda e não é uma inflação de demanda.
Manter essa taxa abusiva beneficia apenas banqueiros e investidores que dependem do aumento da taxa Selic, enquanto milhares de trabalhadores(as) caem na inadimplência para poder sobreviver.
O CPERS seguirá mobilizado e somando-se à luta das centrais sindicais nas ruas e nas redes contra os juros altos até que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), pare de boicotar a economia brasileira por meio da Selic elevada.
Foto de capa: Fernando Frazão/Agência Brasil