Fonte: CUTRS
Carreatas em 90 cidades, incluindo 24 capitais e o Distrito Federal, marcaram o dia protesto na manhã deste sábado (23) para exigir o pedido de impeachment de Jair Bolsonaro (ex-PSL). O ‘basta’ nas ruas foi uma clara demonstração dos brasileiros e brasileiras que não suportam mais o desgoverno e falta de ações protetivas à vida na pandemia do novo coronavírus.
Além de protestar contra o negacionismo de Bolsonaro, a falta de insumos e vacinas para a imunização da população brasileira como consequência da inabilidade do ministro da Saúde, o General Eduardo Pazuello, estava na pauta dos manifestantes o desastre econômico provocado pelo Governo Federal e por Paulo Guedes, ministro da Economia.
O formato dos protestos com carreatas foi escolhido para manter o distancimento social recomendado pelas autoridades sanitárias e reduzir o risco de contágio da Covid-19 que já matou mais de 215 mil pessoas desde o início da pandemia.
O Brasil passa por uma crise sem precedentes como o atraso no processo de vacinação, mais de 14 milhões de desempregados, fechamento de fábricas no país, crises na saúde, como o caso de Manaus, onde ainda a falta de oxigênio poderia ter sido evitada.
Mesmo diante do desastre, Bolsonaro e seus ministros insistem em frases de efeito usadas para inflamar seus apoiadores e ‘soluções’ para a pandemia como o uso de mendicamentos como a Hidroxicloroquina e a Ivermectina como tratamento precoce para evitar a doença – medicamentos que, conforme alertam infectologistas, não possuem nenhuma eficácia e ainda trazem efeitos coletarais.
“O povo brasileiro tem amor à sua vida e depois de perder amigos, companheiros de trabalho e familiares para a Covid-19, sabe que Bolsonaro mente quando fala em tratamento precoce com hidroxicloriquina e outros métodos que não têm nenhuma eficácia comprovada cientificamente”, diz Carmen Foro, secretária-geral da CUT.
Ela afirma que “o povo sabe que Bolsonaro não liga para a vida das pessoas, que é um genocida”.
#ForaBolsonaro pelo Brasil
Os protestos deste sábado foram organizados pelas Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e pela CUT. Atos, carreatas e até mobilizações de bicicleta foram realizados em todo o Brasil, exigindo que o Congresso coloque os 57 pedidos de impeachment em pauta.
Pelas buzinas, faixas e cartazes, nos carros de som, a mensagem foi de que somente sem Bolsonaro no comando do Brasil, o país poderá sobreviver aos próximos tempos. E as pesquisas divulgadas nesta sexta-feira (22) pelo Datafolha confirmam a rejeição ao presidente negacionista.
De acordo com a pesquisa, a minoria que considerava o governo bom ou ótimo está ainda menor. Caiu de 37% para 31%. A queda é a maior desde o início do governo de Bolsonaro.
Outra pesquisa, feita pelo Instituto Ideia, aponta que a aprovação do presidente caiu para 26%. A rejeição subiu para 45%.
Os atos foram organizados em diferentes horários para este sábado. Vários deverão acontecer no decorrer da tarde, como em São Paulo, Vitória (ES), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS)
Em Aracaju (SE) além da carreata ciclistas também se juntaram à manifestação pedindo respeito à vida.
Veja algumas cidades onde foram realizados protestos
Em Brasília, mais de mil veículos saíram às 10h da Torre de TV rumo à Esplanada dos Ministérios, na Alameda das Bandeiras. De lá seguiram para a Asa Norte e, posteriormente para a Asa Sul. Além da CUT-DF, sindicatos e movimentos sociais, participaram da carreata as deputadas federais Gleisi Hoffmann e Erika Kokay,além de diversos deputados distritais.
Em Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, ABC e Osasco, no estado de São Paulo, manifestações também foram realizadas. (clique nos nomes das cidades para ver).
Em São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre (RS), dirigentes sindicais dos metalúrgicos, professores (Ceprol e Cpers), Saúde e Sintergs, junto com a diretora da CUT-RS, Andreia Nunes, participaram da carreata na manhã deste sábado (23). Vacina já para todos e todas!, Manutenção do auxílio emergencial!, e Fora Bolsonaro! foram as palavras de ordem.
Em Novo Hamburgo (RS), mais de 90 carros participaram da carreata pelas ruas do centro da cidade.