Audiência em Caxias do Sul debate a precarização do IPE Saúde


“O IPE Saúde é um plano muito precioso para a nossa categoria, que está adoecendo frente aos ataques do governo, com salários parcelados e congelados há cinco anos. É ele que nos socorre”, afirma a diretora do CPERS, Vera Lesses, em audiência sobre o sucateamento do IPE Saúde, na última quinta-feira (3).

Com auditório lotado, mais de 20 entidades participaram do evento. A subcomissão, criada pelo deputado Pepe Vargas (PT), busca soluções para os problemas da autarquia, que atende mais de 1 milhão de usuários, promovendo 11 encontros em todas as regiões do estado. A primeira audiência ocorreu na Câmara de Vereadores, em Caxias do Sul.

Na ocasião, Vera fez um apanhado histórico das plenárias macrorregionais promovidas pelo CPERS quando o governo Sartori apresentou o pacote dos projetos de especialização do IPE na Assembleia Legislativa. Trata-se das leis que modificaram o panorama do Instituto de Previdência do Rio Grande do Sul, que criou o IPE Prev e o IPE Saúde. 

“A autarquia do IPE Prev passou a ser a menina dos olhos do governo enquanto que, a do IPE Saúde, o Estado virou as costas. Ficou sem diretor e sem presidente por mais de um semestre. O governo só nomeou em julho deste ano”, explicou.

Vera disse ainda que faltam funcionários(as) no atendimento, na diretoria e no conselho de administração da instituição. Neste último, foram realizadas eleições em outubro de 2018. “Essa precarização de não atualizar honorários médicos, laboratórios e prestadores de serviço mostra claramente a intenção do governo em privatizar o IPE Saúde”, completou.

David Orsi Carnizella, diretor-geral do núcleo de Caxias, levou à tribuna a insatisfação dos educadores(as) com o encerramento das atividades do IPE regional. “É preciso rever a venda do patrimônio do IPE, foi algo nebuloso. Não podemos aceitar o descaso do governo Leite que mantém a sala do IPE em Caxias do Sul fechada”, asseverou.

Sucateamento em todos os níveis

O deputado Pepe Vargas (PT) fez um debate sobre a qualidade do atendimento nas regiões e municípios, as dívidas dos poderes e órgãos com o IPE Saúde e a alienação, por parte do estado, de imóveis pertencentes à entidade: “Este patrimônio não é do estado, é do IPE, ele foi comprado, construído e pago com o dinheiro dos usuários. O lucro da venda destes imóveis deve retornar em benefícios ao usuário”. 

O fechamento de agências também foi debatido. O exemplo citado foi Caxias do Sul, maior cidade do interior do estado, que desde maio está sem atendimento presencial. A agência fechou por falta de servidores. Os usuários da cidade precisam viajar para marcar consultas, que acabam recorrendo ao judiciário para garantir seus direitos.

Após percorrer o interior do estado, a subcomissão pretende produzir um relatório com sugestões e recomendações para a melhoria do IPE Saúde. As próximas audiências já estão marcadas para Santa Rosa e Ijuí.

 

 

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