Duas iniciativas que ocorreram no último final de semana, em Santa Maria (2º núcleo) e em Gravataí (22º núcleo) deixaram clara a importância de trazer a comunidade para dentro das escolas e dar visibilidade à qualidade dos trabalhos e projetos realizados nas instituições.
Em sua IV mostra, o Edna Cultural, realizado no Colégio Estadual Professora Edna May Cardoso, em Santa Maria, teve como tema “Arte, Resistência e Diversidade”. Durante todo o dia, a instituição abriu as portas para a comunidade escolar. Através de diversas oficinas e atividades culturais, o evento teve como objetivo valorizar a arte feita por alunos, ex-alunos e comunidade.
A diretora do CPERS, Valdete Moreira, participou do evento representando o Sindicato e o Movimento Escola Crítica, junto com os professores Marcos Corrêa e Rogier Menezes. Também estiveram presentes representantes das seguintes entidades: SEDUFSM, Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, UFSM, UBS, Programas Pibid e Residência Pedagógica, Kizomba, Levante Popular da Juventude e do grêmio estudantil da escola.
“Atividades como esta são um caminho potente para ousarmos pensar e propor uma escola pública cada vez melhor. Resistimos a cada ataque, a cada ausência do estado, a cada postura de acomodação ao injustamente posto. Nas diversidades nos olhamos, nos aproximamos e nos unimos. Viva a todas e todos que fizeram mais esta edição do nosso evento”, agradeceu o diretor da escola, Alan Buzatti que junto com o Grupo Gestor do Edna Cultural, organizou a atividade.
No Ciep de Gravataí, nem a falta de energia elétrica apagou o brilho da segunda edição do Sarau de Poesia e Música, realizada no último dia seis. Diante do imprevisto, o público composto por educadores, estudantes e comunidade escolar, acendeu velas e ligou as lanternas dos celulares para que as leituras dos textos e poesias pudessem ser realizadas.
Durante duas horas e meia, em um ambiente acolhedor, um público de aproximadamente 300 pessoas pode acompanhar o talento, a arte e a criatividade dos estudantes. A iniciativa também contou com a participação da banda Fúlsia.
A professora de Literatura, Léslie de Toledo, responsável pela organização do sarau, destacou que apesar do desencantamento com o cenário atual, onde imperam os ataques a escola pública, foi possível e muito gratificante realizar a segunda edição do sarau.
“Fazer um evento deste tamanho dentro de uma escola pública, quando ela está correndo o risco de morte, é acolher o ritmo desassossegado dos nossos corações. Obrigada a todas e todos que colaboram para que o sarau fosse construído e resistisse ao clima e as falhas de energia elétrica”, observou.
“São movimentos como estes que ocorreram nas escolas de Santa Maria e Gravataí que possibilitam importantes espaços de formação e de acolhimento dentro da rede pública estadual de educação, onde os protagonistas são os nossos estudantes e a comunidade escolar. Realizações como essas são essenciais para manter viva e pulsante a escola, ainda mais em períodos de fortes ataques como o que estamos enfrentando”, ressaltou Valdete.