Apenas 75% dos jovens completam o Ensino Fundamental até os 16 anos em Porto Alegre


Apenas 75% dos jovens  completam o Ensino Fundamental até os 16 anos em Porto Alegre. O resultado está abaixo da média nacional, de 83%, e da média de todas as demais capitais brasileiras, que é de 86%.

Em relação às crianças da rede municipal entre quatro e cinco anos, a realidade na capital gaúcha também não é boa. Apenas 79% das crianças estão na pré-escola, enquanto a média do Brasil é de 94% e nas demais capitais é de 90%.

Os dados constam em um levantamento do Todos Pela Educação, uma organização da sociedade civil. A base de dados chamada Educação Já Municípios vai levantar informações de todas as 5.565 cidades do país – por enquanto, o estudo se restringe às capitais.

— A intenção é pautar a educação no debate eleitoral. Fazer com que os candidatos falem mais sobre o tema, além de entregar bons diagnósticos e boas recomendações para os próximos gestores — explica Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.

Ensino Fundamental

Segundo o estudo, 75% dos alunos terminam o Ensino Fundamental em Porto Alegre até os 16 anos. A capital gaúcha está atrás da média nacional, que é de 83%, e das demais capitais, de 86%.

— Quando olhamos esse dado, podemos observar que ou você tem tido um Ensino Fundamental com muito problema de fluxo, ou com reprovação, ou abandono ou evasão — explica Gontijo.

Pré-escola

Um dado avaliado pelo Todos Pela Educação como “crítico” é que 79% das crianças entre quatro e cinco anos de Porto Alegre estão na pré-escola. A média nacional é de 94% e entre as capitais é de 90%. Porto Alegre está em 24º lugar entre as 26, ficando à frente apenas de Porto Velho e Macapá.

— É um resultado finalístico bem crítico hoje, porque redes organizadas não têm essa preocupação — diz Gontijo.

Na frequência escolar, analisados os Anos Iniciais, 50% das crianças de zero a três anos da Capital frequentam escolas de Educação Infantil. Porto Alegre está à frente da média nacional, que é de 40%, e também das capitais, que é de 38%. É a sexta capital com maior participação.

 Indicador de escolaridade

Ao analisar os Anos Iniciais da rede municipal do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que é o principal indicador de qualidade da Educação do Brasil, Porto Alegre está na 19ª posição, entre 26 capitais. Sobre os Anos Finais, a cidade fica na 13ª posição, entre 22 capitais.

Português e Matemática

Ainda no panorama de dados, em 2019, 27% dos estudantes de 9º ano da rede municipal de Porto Alegre tinham aprendizagem adequada em Língua Portuguesa. A média nacional foi 33% e, nas capitais, 35%.

Sobre matemática, em 2019, 8% dos estudantes de 9º ano da rede municipal de Porto Alegre tinham aprendizagem adequada. A média nacional e das capitais é de 17%.

— Porto Alegre não tem conseguido avançar nos dados educacionais por causa do suporte pedagógico aos professores. A cidade não tem problemas de remuneração ou plano de carreira, tem problemas de suporte pedagógico — explica o gerente.

Ensino em tempo integral 

O Todos pela Educação avalia que Porto Alegre é a terceira Capital em percentual de matrículas em tempo integral do país, que é um ponto positivo. A cidade registra 45% das matrículas nessa categoria. Entre as capitais, fica atrás apenas de Fortaleza e Curitiba. A média nacional e das capitais é de 23%.

Investimento por aluno 

Outro dado de destaque para a Capital é o investimento por aluno: Porto Alegre aplica R$ 14.286,9 por aluna(o), sendo mais do que a média nacional, de R$ 12,4 mil, e das capitais, de R$ 13 mil.

O crescimento ao longo dos últimos anos não teve mudanças significativas. Entre 2011 e 2023, o investimento por aluna(o) na rede municipal teve variação de aproximadamente 5% em Porto Alegre, enquanto a média nas outras capitais foi de cerca de 49%.

 Remuneração de professores

Outro dado positivo para Porto Alegre é o fato de se posicionar em primeiro lugar, entre as capitais, em remuneração média de professoras(es) do país. O valor médio é de R$ 10,7 mil. A média nacional é praticamente a metade, com R$ 5,6 mil e das capitais é de R$ 7,2 mil.

— Em elementos mais ligados a insumos, como tempo integral, salário de professor, não ter muito professor temporário, e outros dados, Porto Alegre está equipada, mas em resultados de aprendizados está defasada — comenta Gotijo.

Bibliotecas

O Todos pela Educação destaca que 40% das escolas públicas de Porto Alegre contam com bibliotecas, quando a média das capitais é de 55%. Segundo Gontijo, isso não significa obrigatoriamente a inexistência de uma cultura leitora:

— Mas, por conta do investimento que se tem com os alunos e remuneração dos professores, deveria ter índices melhores — explica Gontijo.

Os levantamentos do Todos Pela Educação analisaram dados do Ministério da Educação (MEC), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre outros órgãos.

Com informações de GZH

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