A responsabilidade pelo massacre na Praça da Matriz é do governador Eduardo Leite


Ao término de uma Assembleia Geral histórica, com mais de 15 mil educadores(as) de todo o estado, a Praça da Matriz foi palco de um doloroso episódio de violência contra professores(as) e funcionários(as) de escola na tarde desta terça-feira (26).

Lamentamos profundamente o uso de força desproporcional contra manifestantes, incluindo membros da direção central do CPERS e do Comando de Greve, após a derrubada dos gradis que separavam o Piratini do público presente.

Como amplamente documentado em imagens, a comitiva do CPERS visava entregar um ofício ao governo do Estado, solicitando a retirada do pacote da pauta da Assembleia Legislativa.

Projetos estes de todo rejeitados pelos educadores(as) e que representam a gota d´água de um massacre que já perdura por cinco anos, deflagrando uma das maiores greves dos 74 anos de história do CPERS.

Como na Assembleia Geral do dia 14, quando Eduardo Leite viajou a Nova Iorque, o governador se ausentou novamente neste dia 26. Assim se isentando da responsabilidade de atender a categoria e dar respostas às milhares de pessoas que se deslocaram de todo o Rio Grande do Sul para participar do ato.

Após uma longa e desrespeitosa espera, a comitiva foi recebida pelo chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, fora das portas do Palácio, na calçada.

Com derrubada do gradil, membros da comitiva se viram espremidos entre a tropa de choque da Brigada Militar e a multidão. Dezenas foram covardemente agredidos com gás de pimenta e cacetetes.

O episódio evidencia, por um lado, a aversão ao diálogo por parte do Estado e, por outro, a situação limítrofe em que se encontra a categoria.

Na última sexta, Eduardo Leite respondeu à justa indignação dos educadores(as) com o corte de ponto de grevistas. Uma medida arbitrária e ilegal. Ontem, publicou um vídeo interpretado como um deboche por professores(as) e funcionários(as) de escola, que não “teriam entendido” seus projetos de destruição da escola pública.

São ações que se seguem a uma escalada de ataques a servidores(as) que já trabalham em condições de miséria, com 47 meses de parcelamento salarial e cinco anos de contracheques congelados.

O governador é o maior responsável pela contínua e inaceitável violência perpetrada pelo Estado contra trabalhadores(as) da educação e os milhões de gaúchos que dependem da escola pública para estudar, sonhar e crescer.

A greve continua, com adesão maciça em todo o estado, mais de 80% da categoria paralisada, amplo apoio das comunidades escolares e a compreensão da sociedade, incluindo mais de 200 moções de apoio de Câmaras Municipais e a histórica manifestação da Famurs, entidade que congrega prefeitos e gestores de todas as 497 cidades gaúchas.

 

 

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