O Dia Internacional da Mulher é comemorado em 8 de março, mas as celebrações estendem-se ao longo de todo o mês. Isso porque a luta pelos direitos das mulheres, iniciada no século XIX, é marcada por manifestações históricas ocorridas em torno desta data.
As primeiras reivindicações femininas motivaram-se pelas condições precárias de trabalho e salários injustos. Mais tarde, outras questões se fizeram presentes, como o sexismo e a violência de gênero. Foi por meio destas manifestações, com greves e comitês, que as mulheres se mobilizaram politicamente para exigir seus direitos.
A data foi celebrada pela primeira vez, em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça, mas somente em 1977, foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Luta histórica
As mulheres conquistaram seus direitos civis após os homens, fato esse que se reflete em estruturas sociais firmadas com a exclusão de figuras femininas. Mulheres ainda são pouco vistas em espaços e cargos de decisão, sejam eles no governo, empresas, ou grandes instituições. Isso fortalece uma cultura machista e patriarcal, que enxerga leis e ações sob uma ótica inteiramente masculina.
As mulheres também atuam na linha de frente da educação. Por isso, precisam ser valorizadas como as protagonistas de um dos principais eixos do país e do mundo.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, 80,7% dos trabalhadores(as) da educação eram mulheres, em um universo de 2,3 milhões de professores(as) e 162.847 diretores(as) na educação básica brasileira, sendo que quem exerce cargo de direção, em sua maioria, tem formação superior (90%).
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2021, o número de mulheres no Brasil é superior ao de homens. A população brasileira é composta por 48,9% de homens e 51,1% de mulheres. Mesmo sendo maioria, as mulheres são minorizadas e mantidas em um lugar de inferioridade.
O Brasil encontra-se no 5º lugar do ranking mundial em violência contra a mulher. De acordo com dados publicados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no segundo semestre de 2022, 699 casos foram registrados entre janeiro e junho, representando uma média de quatro mulheres mortas por dia.
CPERS na luta por igualdade
O CPERS percebe essa realidade como um problema grave, que deve ser fortemente combatido em todas as frentes do Sindicato. É por isso que a instituição conta com o Departamento de Gênero e Diversidade, que propõe atividades pertinentes às relações de gênero junto aos trabalhadores(as) em educação da rede estadual no Rio Grande do Sul.
O Departamento também atua na formulação de políticas que visem o incentivo à organização e participação dos educadores(as) na luta sindical contra o machismo, o racismo e a LGBTfobia.
Por representar uma categoria formada majoritariamente por mulheres, nos somamos aos esforços do Dia Internacional da Mulher. É preciso lembrar que o 8 de março, mesmo marcado por diversos avanços e vitórias, também precisa ser interpretado como uma oportunidade de reflexão. Como estamos tratando nossas mulheres? Como elas vivem? Quem são essas mulheres?
O Sindicato acredita que um país justo e democrático é aquele que olha e acolhe todos e todas, sem exceção. Para podermos ter uma sociedade mais justa e inclusiva, precisamos de união e seriedade, a fim de não perpetuar opressões que limitam mulheres e consequentemente limitam o Brasil!
Participe da roda de conversa do CPERS alusiva ao 8 de março
Na próxima sexta-feira (10), dentro da programação do #8M estadual, o Departamento de Gênero e Diversidade do CPERS promove a roda de conversa “Em Defesa da Vida e dos Direitos das Mulheres: Educar para a Democracia”, com a presença da Secretária de Relações de Gênero da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Berenice D’Arc Jacinto, a partir das 13h30min. Acompanhe a transmissão ao vivo pelas redes do Sindicato!