31 de março: golpe não se comemora, repudia-se!


Há 58 anos, o Brasil ingressava um dos períodos mais sombrios de sua história. Na madrugada do dia 31 de março, um golpe militar destituía o governo legalmente eleito de João Goulart (PTB), impondo a ditadura militar no país, um ataque violento à democracia, que perdurou de 1964 a 1985.

Foram 21 anos de prisões arbitrárias, perseguições, terror psicológico, torturas e mortes daqueles que se opunham a um regime que desrespeitava os direitos humanos mais básicos.

Segundo informações do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), as principais violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante o período ditatorial consistiam em: detenção (ou prisão) ilegal ou arbitrária; tortura; execução sumária, arbitrária ou extrajudicial, e outras mortes imputadas ao Estado; e desaparecimento forçado e ocultação de cadáveres.

O documento apontou ainda que entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988, foi identificado um total de 434 mortos e desaparecidos políticos, além de milhares de pessoas torturadas. Entretanto, diante da dificuldade de comissões e instituições em obter informações sobre a quantidade de vítimas do regime ditatorial, estima-se que estes números sejam bem mais elevados, ainda mais considerando-se as mortes de indígenas e camponeses.

O terror imposto na época, orquestrado por torturadores como o coronel Carlos Brilhante Ustra e o delegado Sérgio Fleury, precisa ser lembrado e repudiado por todas as gerações.

O dia 31 de março de 1964 foi comemorado pelo governo Bolsonaro (PL) desde o início de seu mandato por meio de notas emitidas pelo site do Ministério da Defesa, sempre defendendo e exaltando a data.

Além de celebrar a ditadura, Bolsonaro busca a suspensão e revisão dos processos de anistia política, que já haviam sido aprovados. Não é possível admitir que siga, ano após ano, exaltando a ditadura e propagando mentiras sobre o período mais cruel que o país já viveu.

O CPERS faz coro às entidades e instituições que defendem a democracia e o respeito aos direitos humanos e hoje, especialmente, reafirma: não foi um movimento ou uma revolução, foi um golpe de Estado. Ditadura nunca mais!

Foto destaque: Roberto Parizotti/Fotos Públicas

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