O terceiro dia do Acampamento da Resistência em Defesa da Educação, instalado na Praça da Matriz após o ato do CPERS na segunda-feira (3), foi marcado pelo espírito coletivo e a alegria que se tornaram características da manifestação.
Dezenas de sinetas voltaram a soar nas primeiras horas da manhã, por quatro minutos e dois segundos de duração. Um ato simbólico para acordar Eduardo Leite e fazê-lo lembrar dos 42 meses de salários atrasados e quase cinco anos de contracheque congelado.
“É importante lutar por um salário digno, que é aquilo que merecemos”, conta Diná Caetano da Silva, funcionária de escola aposentada, que tem uma história de 30 anos de lutas junto ao Sindicato e acompanha o acampamento desde sua instalação. “Eu sempre ralei muito e eu falei para os meus filhos: eu não quero que vocês passem o que eu passei”, diz, ao lado de Phelipe Caetano da Silva, seu filho, que veio conhecer o espaço nesta quinta (6).
“Eu lembro que ia sempre muito pequeno para as atividades do CPERS. As minhas lembranças eram em grandes atos, com educadores vindo do interior para capital. Isso me deu estímulo para continuar na luta. Hoje em dia sou militante dos direitos humanos e da causa LGBT”, conta Phelipe.
No final da manhã, o Bailão do Parceladão voltou para animar os presentes, comandado pelo cantor e gaiteiro Vitor Hugo Knob, que trouxe um repertório de músicas tradicionais brasileiras.
A roda de conversas da tarde foi conduzida pelo advogado Rodrigo Sebben, da assessoria jurídica do CPERS, representada pelo escritório Buchabqui e Pinheiros Machado. Em pauta, a Reforma da Previdência e suas consequências nefastas para toda a classe trabalhadora, além do tema da demissão de contratados(as) que se encontram em licença saúde. “Estamos aguardando a manifestação da Seduc quanto ao relatório entregue ontem pelo CPERS denunciando as exonerações. Caso o governo não apresente nenhuma solução, estudaremos caso a caso para ver quais ações são possíveis”, afirmou.
O acampamento encerrou as atividades do dia como iniciou: com um sinetaço que durou quatro minutos e dois segundos. Nesta sexta-feira, a agenda será movimentada. Os integrantes do Conselho Geral, que estarão reunidos a partir das 8h30 no Sindicato, devem se dirigir ao acampamento perto das 11h e acompanhar a entrega da proposta de emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do governo Eduardo Leite.
O texto aponta alternativas para fazer cessar as perdas salariais da categoria, que tem os proventos congelados desde novembro de 2014. Se aprovada sem alterações, a LDO condenará a categoria ao sexto ano consecutivo sem reajuste. Mesmo o crescimento vegetativo da folha ficou de fora da proposta do Executivo.